Com intermediação do Egito, Israel e o grupo Jihad Islâmico de Gaza anunciam cessar-fogo

30/10/2011 - 11h51

Da BBC Brasil

Brasília - Depois de vários ataques que causaram a morte de dez palestinos e um israelense, Israel e o grupo Jihad Islâmico da Faixa de Gaza chegaram hoje (30) a um acordo de cessar-fogo intermediado pelo governo egípcio.

A partir das 7h da manhã no horário local deste domingo, tanto Israel como o grupo Jihad Islâmico interromperam os ataques, que desde a última quarta-feira (26) envolveram bombardeios da Força Aérea israelense à Faixa de Gaza e o lançamento de mais de 30 foguetes e morteiros contra o Sul de Israel.

Bombardeios da Força Aérea de Israel mataram dez militantes do grupo Jihad Islâmico, entre eles Ahmed Sheikh Halil, um dos líderes militares do grupo.

De acordo com o porta-voz do Exército israelense, cinco militantes do Jihad Islâmico estavam se preparando para lançar foguetes em Israel, quando foram atingidos por mísseis disparados por um avião, na manhã de ontem (29). Em seguida, o Jihad Islâmico lançou foguetes contra as cidades de Ashdod, Ashkelon, Beer Sheva e Gan Yavne, no Sul de Israel.

Ontem, a Força Aérea Israelense bombardeou vários alvos na Faixa de Gaza, matando dez militantes do Jihad Islâmico.

Foguetes do tipo Grad, com um alcance de 40 quilômetros, atingiram áreas residenciais nos centros das cidades de Ashdod e de Ashkelon, no Sul de Israel. Um civil israelense da cidade de Ashkelon morreu após ser ferido por estilhaços e mais quatro pessoas ficaram feridas.

Um dos foguetes atingiu o estacionamento de um prédio de oito andares em Ashdod, incendiando nove veículos. Um foguete explodiu em uma escola, também na cidade de Ashdod. No momento do ataque, o estabelecimento estava fechado e não houve feridos.

As prefeituras das cidades israelenses atingidas pelos foguetes suspenderam as atividades escolares em decorrência do agravamento da tensão na região.

Durante o sábado, o sistema de alarmes soou em todas as cidades do Sul de Israel colocando mais de 1 milhão de habitantes da região em estado de sobressalto.

De acordo com analistas locais, o grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza, não tem interesse em uma escalada dos confrontos com Israel e os ataques foram iniciativas do Jihad Islâmico, um grupo menor que é financiado pelo Irã.

A escalada da violência ocorreu poucos dias depois da implementação da primeira etapa do acordo de troca de prisioneiros entre Israel e o Hamas. O soldado israelense Gilad Shalit foi libertado em troca da soltura de 477 detentos palestinos.

Em uma segunda etapa, dentro de dois meses, Israel deverá libertar mais 550 prisioneiros. Segundo analistas, o Hamas não tem interesse de criar um clima de violência que poderia prejudicar a implementação da segunda etapa do acordo.