Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Daqui a exatamente um mês, mais de 5 milhões de candidatos deverão comparecer às 150 mil salas de prova, em 1.599 municípios, para participar da maior edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) desde a sua criação em 1998. De acordo com o Institutos Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), todas as etapas de preparação estão dentro do cronograma.
Cerca de 350 mil pessoas estarão envolvidas na aplicação da prova nos dias 22 e 23 de outubro, incluindo fiscais de sala e outros profissionais de apoio. Neste ano, o Inep reforçou alguns pontos estratégicos do processo para evitar erros como os ocorridos em 2009 e 2010. Participam da edição 2011 do Enem a empresa Módulo, especializada em gestão de risco, e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), que fará a certificação do exame.
No ano passado, erros de impressão em cadernos de prova e folhas de resposta tumultuaram o exame, que teve que ser reaplicado para um grupo de estudantes prejudicado. Em 2009, o furto de um exemplar da prova, nas dependências da gráfica contratada para imprimir o material, provocou o adiamento do certame.
O Inep não informou quando os cartões de confirmação de inscrição, que informam ao candidato o local da prova, começarão a ser distribuídos. Luíza Henrique, de 17 anos, fará o Enem pela primeira vez neste ano. Ela espera que os erros de edições anteriores não se repitam.
“Acredito que depois de tantas falhas, eles têm a obrigação de fazer uma prova melhor”, avalia. A prioridade dela é conseguir uma vaga na Universidade de Brasília (UnB), que não utiliza a nota do exame em seu processo seletivo. A segunda opção é a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que a partir deste ano substitui seu vestibular pelo Enem.
Em 2009, o Ministério da Educação (MEC) deu início ao projeto de substituição dos vestibulares tradicionais pelo Enem, como forma de ingresso no ensino superior. A partir do resultado da prova, os alunos se inscrevem no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e podem pleitear vagas em instituições públicas de todo o país. A participação no Enem também é pré-requisito para os estudantes interessados em uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni).
Se não conseguir passar para engenharia civil na UnB, Bráulio Rocha, de 17 anos, quer utilizar a nota do Enem para conseguir uma bolsa do ProUni em instituição particular. “Eu espero me sair bem porque com o Enem dá para entrar em uma faculdade pública, tentar o ProUni ou algum financiamento”, diz.
As provas do sábado, 22 de outubro, serão de ciências da natureza e humanas. No domingo, 23, os candidatos serão avaliados em linguagens e matemática, além de redação, totalizando 180 questões nos dois dias de exame.
Algumas regras de segurança previstas em edições anteriores, como a proibição do uso de lápis, borracha e relógio durante a prova, estão mantidas. A novidade este ano é um controle maior em relação aos celulares. Ao entrar na sala de aplicação das provas, o candidato terá que desligar o celular e depositá-lo em um porta-objetos, de onde só será retirado depois que terminar a prova.
Edição: Graça Adjuto