Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Uma pauta de reivindicações que vão além do reajuste salarial está sendo entregue hoje (21) ao Congresso Nacional, ao Supremo Tribunal Federal e ao Ministério da Justiça, pelos membros do Ministério Público e da magistratura de todo o país. Eles estão fazendo uma marcha por Brasília e entregando aos chefes de cada instituição um manifesto no qual pedem, principalmente, segurança.
“Queremos discutir com o aparato de segurança pública mecanismos que possam garantir nossa integridade”, declarou o presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), Cesar Mattar Júnior. Ao passar pelo Congresso, ele e centenas de juízes, procuradores e promotores entregaram o documento ao presidente do Parlamento, José Sarney (PMDB-AP).
Segundo Mattar Júnior, casos como o de promotores assassinados no Pará e o da juíza Patrícia Acioli, no Rio de Janeiro, têm preocupado as entidades de classe e devem servir de alerta a todas as autoridades públicas do país. “Não se pode conceber segurança ao cidadão se o próprio promotor ou juiz está acuado”, observou.
A reposição salarial de 14,7% também entrou na pauta de reivindicações. Os juristas alegam que não se trata de reajuste, mas de recuperação das perdas salariais que eles já tiveram. Mattar Júnior alega que os salários já estão defasados em pelo menos 5%.
No Senado, o presidente José Sarney declarou apoio aos manifestantes, após recebê-los em seu gabinete. Sarney falou sobre a importância de garantir segurança aos magistrados e da necessidade de reposição salarial para a categoria. “Contem comigo. Sempre fui solidário à categoria e estou pronto a ajudar. Se o juiz não tem segurança, a sociedade também não tem.”
Os membros do Ministério Público e da magistratura seguem esta tarde para o Supremo Tribunal Federal, onde devem ser recebidos pelo presidente Cezar Peluso. O mesmo manifesto será entregue aos ministros do STF.
Edição: Lana Cristina