Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A três dias da reunião com os estudantes que promovem uma onda de protestos no Chile, o presidente Sebastián Piñera descartou nessa quarta-feira (31) a possibilidade de estatizar a educação. Segundo ele, a medida é injusta e inconveniente, além de provocar a monopolização do setor. O comentário foi feito durante jantar oferecido pela Associação Nacional de Mineração, em Santiago.
“Não acreditamos na estatização nem no monopólio pelo Estado da educação em nosso país. Isso seria injusto”, disse Piñera, lembrando que pobres e ricos pagariam os mesmos valores, o que, na sua opinião, não é o correto. Piñera acrescentou que a liberdade prevê o direito às diferenças no setor educacional, mantendo de forma paralela o ensino público com o privado.
Segundo o presidente, o desafio do governo e da sociedade do Chile é promover mudanças no sistema educacional por meio de projetos pluralistas, sem o intuito da padronização. Há cerca de três meses, estudantes lideram manifestações em todo o país reivindicando garantias de ensino superior gratuito e mais investimentos em educação.
Em Brasília, ontem (31), a líder dos estudantes do Chile, Camila Vallejo, participou de vários protestos. Havia a previsão de ela se reunir com a presidenta Dilma Rousseff, mas o encontro não ocorreu. A chilena acabou conversando com a ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário.
No próximo sábado (3), Piñera se reúne com os estudantes na tentativa de encerrar o período de impasse. No entanto, o clima de tensão permanece. Os estudantes reclamam das propostas oferecidas pelo governo. Até o momento, foram apresentadas três propostas.
*Com informações da emissora pública de televisão do Chile, TVN//Edição: Graça Adjuto