Arquivo Nacional exibe documentário sobre exílio de Caetano Veloso e Gilberto Gil

23/08/2011 - 17h06

Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Em 1968, os cantores e compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil foram presos por soldados do Exército e tiveram suas cabeças raspadas. Após mais de um mês trancafiados em celas individuais, foram expulsos do Brasil, permanecendo dois anos e meio em Londres. O exílio desses dois importantes artistas da música popular brasileira está contado no documentário que encerra nesta quinta-feira (25), às 17h, a mostra de cinema paralela à exposição Registros de uma Guerra Surda, em cartaz desde abril no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro.

Dirigido pelo jornalista Geneton Moraes Neto, Canções do Exílio: a Labareda que Lambeu Tudo, traz depoimentos que revelam episódios desconhecidos do público, como o show que Gilberto Gil, fez para a tropa, a pedido do comandante do quartel onde se encontrava preso. A sessão no Arquivo Nacional, com entrada franca, será a primeira exibição no Brasil da versão compacta do documentário, com 90 minutos de duração. A versão integral, para a TV, em três capítulos, já foi exibida pelo Canal Brasil. O diretor e o cantor e compositor Jards Macalé estarão presentes à sessão para debater com o público, ao final da projeção.

Desde o início a exposição, a mostra paralela de cinema tem apresentado, sempre às quintas-feiras, filmes de longa-metragem que retratam episódios da ditadura militar e da resistência popular ao regime que vigorou no Brasil de 1964 a 1985. O primeiro deles foi Hércules 56, de Silvio D-Rin, documentário sobre a história do sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick, ocorrido em 1969.

Resultado do projeto Memórias Reveladas, criado pelo governo federal, sob a coordenação do Arquivo Nacional, a exposição Registros de uma Guerra Surda será encerrada nesta sexta-feira (26). De acordo com a Assessoria de Comunicação do Arquivo Nacional, a mostra recebeu nesse período cerca de 3,5 mil visitantes.

Com curadoria da cientista política Viviane Gouvêa e dividida em cinco módulos temáticos, a mostra exibe vasta documentação sobre o período, não só a produzida pelo aparato repressor do regime como também a gerada pela imprensa e pelas organizações políticas e sociais que se dedicavam a combater a ditadura. Até sexta-feira, a visitação é das 8h30 às 18h, com entrada franca. O Arquivo Nacional fica na Praça da República, 173, no centro do Rio.

 

Edição: Rivadavia Severo