Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Índice de Qualidade do Desenvolvimento (IQD) aumentou em março, tendo registrado 259,43 pontos. No entanto, esse índice – pelo qual o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) avalia se o desenvolvimento vivido pelo país tende a se sustentar ao longo do tempo e se o crescimento econômico promove o bem-estar e a distribuição de renda – continua em uma faixa de instabilidade (entre 200 e 300 pontos).
O IQD é medido a partir de três componentes: crescimento econômico, inserção externa, e bem-estar. De acordo com o Ipea, o resultado de março apresenta aumento em relação aos períodos anteriores, apesar de todos os subíndices – exceto o relativo à qualidade da inserção externa – terem apresentado redução. "Classificamos como instabilidade as situações em que essas três variáveis não seguem o mesmo sentido", disse o presidente do Ipea, Márcio Pochmann.
O índice de qualidade do crescimento, por exemplo, registrou 245,34 pontos – 19,8 pontos a menos do que o registrado em fevereiro. A piora, segundo o Ipea, foi causada por uma forte redução do índice da folha de pagamentos (17%) e por um leve decréscimo do índice de confiança da indústria. A produção de bens de consumo aumentou 7,1% no período, enquanto a produção de bens de capital registrou elevação de 11,6%.
Também caiu em março o índice de qualidade do bem-estar, tendo registrado 342,59 pontos após os 361,11 obtidos em fevereiro. Apesar da queda, o índice permanece na faixa classificada como boa pelo Ipea. A diminuição se deve aos aumentos do desemprego (1,6%), do índice de Gini (0,6%) e da taxa de pobreza, que vinham apresentando queda nos períodos anteriores. O número de pessoas com rendimento superior a R$ 1.660 cresceu 0,3% em março.
Já o índice de qualidade da inserção externa apresentou, segundo o Ipea, “sinais de recuperação” em março, retornando aos 209,45 pontos registrados em setembro de 2010. O Ipea avalia que esta recuperação se deve à melhora no desempenho das exportações de bens manufaturados e nos termos de troca.
“A renda líquida enviada ao exterior sofreu aumento dessazonalizado de 1,6%, e houve elevação de 3,1% nas reservas internacionais. A proporção de produtos manufaturados no total das exportações caiu 3,7% no período e a participação do investimento estrangeiro direto subiu em relação ao investimento em carteira”, aponta o estudo.
Edição: Lana Cristina