Da BBC Brasil
Brasília - O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, está hoje (30) na capital da Líbia, Trípoli, para o que muitos analistas dizem ser a última tentativa de solução diplomática para o conflito no país do Norte da África.
Um porta-voz do governo sul-africano disse que o objetivo principal da visita é assegurar um cessar-fogo imediato e o trânsito de ajuda humanitária no país. Não está claro se a visita de Zuma – a segunda à Líbia desde abril – discutirá estratégias para que o líder líbio, Muammar Khadafi, deixe o poder.
No entanto, um funcionário do governo da Líbia disse que não há possibilidade de Khadafi renunciar ou sair do país. Os simpatizantes do líder afirmam que ele pode ser detido sob a acusação de crimes contra a humanidade se deixar a Líbia.
Khadafi, visto em público pela última vez em 11 de maio, não esteve entre os políticos que hoje receberam Zuma no Aeroporto de Trípoli. Ontem (29), o partido político de Zuma condenou as ações militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) contra a Líbia.
"Nos juntamos ao resto do continente e a todos os amantes da paz no mundo na condenação dos contínuos bombardeios na Líbia por parte das forças ocidentais", disse o Congresso Nacional Africano (CNA) em um comunicado, após encontro de dois dias.
A África do Sul votou a favor da resolução da Organização das Nações Unidas que autorizou o uso de força para a proteção de civis líbios, mas desde então tem se mostrado crítica à campanha militar da Otan.
A pressão internacional sobre Khadafi vem aumentando. Anteontem (28) o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, disse que ele não tem mais o direito de governar a Líbia. Os governos da França e Grã-Bretanha informaram nos últimos dias que vão usar equipamentos mais sofisticados nas operações militares.
A oposição a Khadafi, que controla parte do Leste da Líbia, diz que só aceita uma solução negociada que inclua a renúncia do presidente líbio, que está no poder há quase 42 anos. Um plano de paz proposto pela União Africana em fevereiro foi rejeitado pela oposição e pela Otan, por não prever que o líder líbio abra mão de seus poderes.