Renata Giraldi e Roberta Lopes
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – O agravamento da crise na Líbia, desde os ataques promovidos pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), levou o governo da presidenta Dilma Rousseff a retirar provisoriamente de Trípoli o embaixador do Brasil no país, George Ney de Souza Fernandes, e todos os funcionários diplomáticos brasileiros. A medida é temporária, até que a segurança seja restabelecida na região.
Paralelamente, negociadores brasileiros afirmam que o impasse envolvendo a Otan, a oposição e o governo do presidente líbio, Muammar Khadafi, é acompanhado com preocupação no Brasil. O receio é que não há perspectivas para o encerramento dos embates nem sinalização de que ocorrerá a consolidação do sistema democrático na região.
Ao contrário dos norte-americanos, franceses e ingleses, os negociadores brasileiros não pretendem estabelecer o Conselho Nacional de Transição da Líbia – que é formado basicamente por integrantes da oposição a Khadafi – como único interlocutor com a comunidade internacional. No que depender do governo brasileiro, o diálogo será mantido de forma ampla e com todos os setores da Líbia.
De acordo com as análises dos negociadores brasileiros, o ideal é seguir a recomendação da União Africana – formada por 52 nações da região –, que defende o diálogo com a oposição e com Khadafi, sem restrições.
Em meados de março, o Brasil, a China e a Rússia abstiveram-se na votação que aprovou a área de exclusão aérea na Líbia que levou a Otan a aprovar os bombardeios na região. Os ataques aéreos na região provocam polêmicas porque há denúncia de que alvos civis foram atingidos contrariando as orientações da comunidade internacional. A justificativa para adotar a área de exclusão foi a proteção de civis.
Edição: Juliana Andrade