Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os homens representavam 64,5% dos assalariados de empresas em 2009, enquanto as mulheres respondiam por 35,5% do total das vagas. Naquele ano, as empresas concentravam o maior número de ocupações assalariadas (70,2% do total, ou 22 milhões de pessoas) e foram responsáveis pelo maior desembolso em salários e remunerações (R$ 477,9 bilhões ou 61,1% do total do país).
s trabalhadores do sexo masculino, por serem maioria e ganharem mais, receberam 71,9% do que as empresas pagaram em salários e remunerações em 2009. No total, eles ganharam R$ 343,5 bilhões no ano.
O salário médio mensal pago pelas empresas em 2009 foi R$ 1.361,52 (três salários mínimos). Os trabalhadores do sexo masculino receberam, em média, R$ 1.513,78 (3,3 salários mínimos), enquanto o salário médios das mulheres ficou em R$ 1.083,10 (2,3 salários mínimos).
Os homens foram maioria nas empresas de todos os portes (grandes, médias, pequenas e microempresas), com destaque para a participação masculina nos empreendimentos médios e grandes.
“Os homens são maioria no mercado de trabalho formal, mais ainda no ambiente empresarial, e mais significativamente ainda nas grandes empresas", disse a gerente do Cempre, Denise Guichar, ao destacar que, de cada dez trabalhadores das grandes empresas, sete são homens e três são mulheres. "As mulheres ainda têm dificuldade de se inserir nas médias e grandes empresas”, acrescentou.
Os homens também predominaram em 15 dos 20 segmentos de atividades considerados no levantamento divulgado pelo IBGE. O item construção foi o que registrou a maior concentração de trabalhadores do sexo masculino (92,2%), seguido por transporte, armazenagem e correio (84,2%), e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (84,1%).
Já as mulheres marcaram mais presença entre os trabalhadores das microempresas – onde a participação feminina chegou a 45,1%. Esses estabelecimentos representaram 88,9% das entidades empresariais consideradas pelo Cempre. Nas de pequeno porte, a participação feminina chegou a 38,9% do total. Entre as atividades em que elas se destacaram estão saúde humana e serviços sociais (76,9%), educação (67,3%) e alojamento e alimentação (54,1%).
“Há atividades econômicas que se caracterizam por serem tipicamente de empresas de pequeno porte e que são atividades que empregam mais mulheres. Tem o setor de serviços, de educação, que são tipicamente femininos. Por outro lado, há empresas grandes que empregam mais homens. Por exemplo, a atividade de construção, que é tipicamente masculina e mais de 90% da mão de obra são formados por homens e geralmente absorvidos por grandes empresas”, ressaltou Denise Guichard.
A Região Sul do país foi a que registrou a maior participação das mulheres no mercado (38,2%) e Santa Catarina foi o estado que deu mais destaque às trabalhadoras assalariadas (39,6%). Para a gerente do Cempre, essa prevalência é explicada “tanto em função das atividades ofertadas quanto [de fatores] culturais locais”. No caso dos homens, eles tiveram maior participação entre os assalariados na Região Norte do país (68,6%). Entre o estados, Alagoas registrou o maior volume de trabalhadores do sexo masculino ocupados (77,2%).
O Cempre reúne informações atualizadas anualmente das pesquisas nas áreas de indústria, construção civil, comércio e serviços do próprio IBGE e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego.
Edição: Juliana Andrade // Matéria alterada para acréscimo de informações às 13h40