Trabalhadores do DF recebem quase o dobro do salário médio pago no restante do país

25/05/2011 - 10h05

Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Os trabalhadores da capital do país e regiões do Entorno do Distrito Federal receberam quase o dobro da média de salários pagos no Brasil em 2009. Enquanto se pagava em média no país R$ 1.540,59, no Distrito Federal, os salários chegavam a R$ 3.120, o equivalente a 6,7 salários mínimos, de acordo com o Cadastro Central de Empresas (Cempre) divulgado hoje (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Rio de Janeiro. A pesquisa considera as informações de 4,8 milhões de empresas e suas 5,2 milhões de unidades em atividade naquele ano.

O valor da média paga no Distrito Federal não foi apenas o maior, mas também se distanciou muito de outras localidades do país. Depois de Brasília, os melhores salários foram registrados no Rio de Janeiro, São Paulo e Amapá, onde a média do que foi pago para os trabalhadores foi equivalente a 3,9 salários mínimos – pouco mais da metade pago no DF. Por outro lado, os trabalhadores que ganharam menos no país foram os do Maranhão, Piauí, Ceará e Alagoas, onde a média salarial era de aproximadamente R$ 1.167.

“[Essa] questão está relacionada aos salários locais. Às vezes a mesma atividade paga salário diferenciado de acordo com a região do país. O Distrito Federal, por exemplo, tem custo de vida mais elevado, então os salários lá são mais elevados do que os pagos pela mesma atividade econômica em outros estados”, explicou Denise Guichard, gerente do Cempre/IBGE.

Mas foi a capital paulista que registrou o maior número de novas ocupações em 2009. Mais de 14 milhões de pessoas estavam ocupadas em São Paulo, 30% do total do país (46,7 milhões), e quase 12 milhões recebiam salários, ou seja, 29,6% do total de 40,2 milhões de assalariados brasileiros. Os melhores resultados são seguidos por Minas Gerais (com 10,5% do total de pessoas ocupadas e 10,3% de assalariados) e Rio de Janeiro (9,3% do total de pessoas ocupadas no país e 9,5% do total de assalariados).

Segundo o ranking, a Região Sudeste é a que apresentou as maiores participações nas variáveis avaliadas pelo IBGE. O Sudeste concentrou, em 2009, 51,7% das unidades de empresas e organizações que compõem o Cempre, e também respondeu, no total, por mais da metade do pessoal ocupado (51,7%) e do pessoal assalariado (51,4%).

As piores participações referentes ao volume de empresas e organizações em atividade, de pessoas ocupadas e assalariadas foram registradas no Acre, Roraima e Amapá que revelaram porcentagens de participação no total do país entre 0,1% e 0,3%.

Edição: Talita Cavalcante//A matéria foi ampliada às 13h12.