Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente nacional do PT, Rui Falcão, e os cinco governadores petistas Agnelo Queiroz (DF), Jaques Wagner (BA), Marcelo Déda (SE), Tarso Genro (RS) e Tião Viana (AC) reuniram-se hoje em Brasília, na residência oficial do governador do Distrito Federal, e divulgaram hoje a “Carta de Brasília”, em apoio ao governo federal e às medidas de contenção da inflação, erradicação da pobreza, manutenção de programas sociais, reforma tributária e reforma política.
O documento não faz referência à crise política causada com a revelação da evolução do patrimônio do ministro-chefe da Casa Civil, Antônio Palocci. O assunto, no entanto, foi abordado como “tema de conjuntura”, conforme relatou o governador de Sergipe, Marcelo Déda. Já o presidente do PT disse que o caso Palocci foi “mencionado” no encontro e que os petistas entendem que “a questão política vem sendo conduzida corretamente”.
O governador da Bahia, Jaques Wagner, salientou que a reunião, que ocorre uma semana depois da revelação pública do caso, não tem nada a ver com o episódio. Segundo ele, o encontro foi marcado em fevereiro, por ocasião da solenidade de comemoração ao aniversário do PT.
Na avaliação do governador, é natural a demanda da oposição por querer convocar o ministro para prestar esclarecimentos no Congresso Nacional, mas instrumentos como a convocação ou a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) “não devem ser banalizados”. Para ele, o caso deve ser averiguado pela Receita Federal e pelo Ministério Público.
Apesar das lideranças do governo atuarem no Congresso para evitar a ida de Palocci ao Congresso para falar do assunto e do ministro ainda ter vindo a público falar do caso, o governador de Sergipe, Marcelo Déda disse ter percebido “a intenção do ministro em esclarecer a denúncia”. Para Déda, Palocci agiu corretamente ao incluir em sua declaração do Imposto de Renda o aumento patrimonial.
Já para Jaques Wagner “é ilação” relacionar o crescimento do patrimônio de Palocci, verificado nos últimos dois meses do ano, com as eventuais sobras da arrecadação de campanha. O ministro foi o principal coordenador da campanha eleitoral da presidenta Dilma Rousseff e também chefiou a equipe de transição do governo Lula para o atual.
Edição: Lana Cristina