Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A Operação Lei Seca no estado do Rio, que está completando dois anos, é o mais bem-sucedido exemplo de fiscalização que visa a coibir o consumo de bebidas alcoólicas por motoristas. A afirmação é do representante da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego no Rio Fernando Moreira.
De acordo com Moreira, a operação está apresentando resultados expressivos e deveria ser adotada em todo o país. O médico disse que a fiscalização frequente, intensiva, com barreiras policiais diárias, exerce um efeito positivo na conduta dos motoristas. “Hoje, no Rio de Janeiro, as pessoas já têm uma dúvida razoável se vão ser submetidas à fiscalização, ao teste do bafômetro. Então, as pessoas já evitam misturar bebida e direção. Isso trouxe muito mais segurança ao nosso trânsito”.
A Operação Lei Seca, campanha permanente e educativa de fiscalização, ocorre em toda a capital do estado e em municípios da região metropolitana, como Niterói, São Gonçalo e Maricá, e da Baixada Fluminense.
Desde o início do programa, em março de 2009, 483 mil motoristas foram abordados, 83 mil foram multados e 35,4 mil tiveram a carteira de habilitação apreendida. Os agentes fizeram 453,6 mil testes com o bafômetro. Desse total, 4,3 motoristas sofreram sanções administrativas e 1,5 mil foram denunciados criminalmente.
O especialista em medicina no trânsito disse ainda que é necessário que a população entenda que o consumo de bebidas alcoólicas, independentemente da quantidade, compromete funções importantes do organismo e impedem a condução do veículo com segurança. “O álcool, mesmo em pequenas doses, já faz com que as pessoas tenham três funções importantes comprometidas: avaliação de risco, juízo crítico e raciocínio lógico. Em doses maiores, você vai ter problemas de visão, equilíbrio, lentidão de reflexos, indo até a sedação e ao coma, em doses elevadas”, explicou Moreira.
Edição: Vinicius Doria