Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As tentativas para votar o novo Código Florestal Brasileiro e a convocação do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, movimentaram a Câmara dos Deputados durante todo o dia. Muitas informações chegaram a ser repassadas pelos parlamentares à imprensa. Eles diziam que os líderes partidários estavam fechando um acordo para votar ainda na noite de hoje (18) o Código Florestal.
Várias reuniões sobre a votação do código foram feitas, mas só no fim da tarde líderes governistas e da oposição fecharam o acordo para que o Código Florestal seja votado na próxima terça-feira (24), às 10 horas, em sessão extraordinária da Câmara. Os líderes também acertaram que só depois de votar o código é que serão votadas as medidas provisórias (MPs) que estavam na pauta de hoje.
O líder do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), que desde a semana passada vinha obstruindo as votações das Mps, intensificou a obstrução ontem e hoje até os líderes firmarem o acordo para votar o código na terça-feira. “Se não fosse pelo trabalho da oposição não haveria, hoje, a garantia da votação do Código florestal para terça-feira”, disse.
O líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou que foi o governo que definiu a votação do código. “A votação na próxima semana já estava definida. Isso não é uma vitória da oposição”. Segundo ele, o que ocorreu foi que a base governista fez um movimento para forçar a votação do código hoje, mas, depois das conversas e reuniões, eles chegaram ao consenso de votar o código na próxima terça-feira. “O governo quer a votação do código, e não há motivos para adiar essa votação”.
O deputado Ivan Valente (P-SOL-SP) condenou o acordo e disse que seu partido não foi nem convidado para conversar. “O P-SOL entende que o acordo é nocivo ao país e é espúrio. Foi uma troca: a votação do Código Florestal pela não convocação do Palocci”, disse Ivan Valente. Depois afirmou que seu partido vai obstruir a votação do código e insistir na convocação do ministro Antonio Palocci para prestar esclarecimentos à Câmara sobre o seu processo de enriquecimento.
O PV também não concordou com o acordo para a votação do código. O partido queria mais tempo para negociar mudanças no texto do relator, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). A ex-ministra Marina Silva disse que o PV vai obstruir a votação na próxima semana.
“Lamentavelmente, o governo e a oposição fizeram um acordo para votar, sem levar em conta os interesses da sociedade e sem ouvir o PV”. Liberou geral”, disse Marina ao falar do texto do relator e da emenda do PMDB que trata das áreas de proteção permanentes (APPs). “O relator deu um tiro no plano de combate ao desmatamento no país”, disse.
Edição: Aécio Amado