Da BBC Brasil
Brasília - O presidente da Síria, Bashar Al Assad, admitiu hoje (18) que as forças de segurança do país "cometeram alguns erros" ao lidar com os protestos populares contra o governo realizados desde março. A afirmação de Assad foi dada ao jornal sírio Al Watan, cujo assunto principal foi um encontro entre ele e os chefes tribais.
Os órgãos de defesa dos direitos humanos e as Nações Unidas estimam que cerca de 800 manifestantes foram mortos na repressão aos protestos, e exigem a saída de Assad, que está no poder há 11 anos. Antes dele, seu pai, Hafez Al Assad, governou a Síria por 30 anos.
Na reportagem do jornal, Assad afirmou que o problema das forças de segurança foi a falta de treinamento para lidar com eventos da dimensão dos protestos populares como os que ocorrem desde o mês passado. Assad disse ainda que os agentes de segurança receberão o treinamento adequado e afirmou que a crise no país já foi superada pelo governo.
Segundo analistas políticos sírios, a afirmação de Assad representa um raro reconhecimento oficial sírio das falhas das suas forças de segurança.
Refugiados da Síria no Líbano relataram que escaparam de episódios violentos na cidade de Tel Kalakh, que está sob o cerco das forças do governo há vários dias. De acordo com as testemunhas, tanques dispararam contra suas casas e pessoas foram mortas a tiros quando tentavam fugir.
Ontem (17) os Estados Unidos e a União Europeia advertiram que novas medidas serão tomadas contra o governo de Assad, caso ele mantenha a repressão violenta contra os manifestantes. Em território sírio, testemunhas e integrantes da Cruz Vermelha contam que há uma greve geral convocada para hoje.