Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O edital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011, que será publicado amanhã (19) no Diário Oficial da União, não prevê a possibilidade que o estudante recorra da nota obtida na prova de redação. Na edição do ano passado, candidatos entraram com ações no Ministério Público pedindo revisão das notas obtidas, mas os pedidos foram negados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
De acordo com a presidenta do Inep, Malvina Tuttman, a possibilidade de revisão ainda está sendo discutida com o Ministério Público. Ela considera justa a reivindicação, mas afirmou que caso fosse dado aos alunos essa possibilidade, os resultados do Enem demorariam muito para ser publicados o que pode atrapalhar o cronograma das instituições de ensino superior que usam o exame em seus processos seletivos.
“Há diversas formas de perceber essa situação. A vista de provas e recurso é desejável, é um direito do estudante. Mas quando estamos tratando de um exame da abrangência do Enem, ficamos em dúvida sobre os resultados saírem imediatamente para que eles possam ser utilizados pelas instituições”, afirmou Malvina Tuttman.
A correção das provas de redação seguirá o mesmo esquema da edição anterior do Enem. Dois técnicos corrigem o texto e caso haja divergência maior do que 300 pontos – a nota varia de zero a 1.000 – um terceiro professor é chamado para avaliar e dar a nota final.
“Nesse sentido, já consideramos isso [o terceiro corretor] um recurso que atende a coletividade. Essa é uma discussão que estamos tendo com o Ministério Público, que tem feito ponderações importante e tem sido um parceiro fundamental para repensarmos a grande responsabilidade que temos”, disse a presidenta do instituto.
Algumas regras de segurança previstas na edição de 2011, como a proibição do uso de lápis, borracha e relógio durante a prova, continuam mantidos. A novidade este ano é um controle maior em relação aos celulares. Este ano, ao entrar na sala de aplicação das provas, o candidato terá que desligar o celular e depositá-lo em um porta-objetos, de onde só será retirado depois que ele terminar a prova.
“O uso de lápis e borracha não está permitido pensando nos estudantes que querem garantir a lisura do processo. Por respeito a eles, temos que coibir a possibilidade da utilização indevida desses materiais”, afirmou. Segundo Malvina Tuttman, todas as salas de provam terão marcadores de tempo para que os alunos possam se orientar durante a elaboração da prova sem que façam uso do relógio pessoal.
Edição: Aécio Amado