Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério Público Federal no Pará recomendou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que não conceda licença de instalação para a Usina de Belo Monte. Segundo o ministério, a restrição deve permanecer enquanto não forem cumpridas todas as condições que o órgão ambiental estabeleceu como essenciais à viabilidade social e ambiental do empreendimento.
O principal motivo de queixa está na região de Altamira. Segundo os procuradores, mais da metade (59%) das ações nas áreas de saúde, educação e saneamento, não foram cumpridas.
Segundo relatório do Ibama, equipamentos de educação e saúde serão entregues pela Norte Energia entre dezembro de 2011 e julho de 2012, e o saneamento básico ainda não tem cronograma de instalação.
Ao ser questionada, a Norte Energia pediu mais 30 dias para reunir informações, prazo que se encerra no próximo dia 20 de maio.
Mesmo sem a resposta, os procuradores estão pessimistas quanto ao cumprimento de todas as condicionantes e afirmam que, caso a licença seja concedida precocemente, a situação pode se agravar. Eles temem que se repita a judicialização que ocorreu após emissão das licenças anteriores – a prévia e a licença para os canteiros de obras -, que geraram três ações judiciais.
“No caso de Belo Monte, como em qualquer empreendimento, se o cumprimento das condicionantes está atrasado, as obras não podem começar. Se começarem, há risco concreto de caos social e perdas ambientais irreparáveis”, diz o procurador da República no Pará Ubiratan Cazetta.
Edição: Rivadavia Severo