Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Após se reunir com a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, hoje (11), no Palácio do Planalto, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, informou que, em nenhum momento, a presidenta Dilma Rousseff pensou em demití-la. De acordo com Gilberto Carvalho, a ministra tem sido vítima de uma ação para desestabilizar a pasta da Cultura.
“Vão quebrar a cara aqueles que querem fazer uma instabilidade naquele ministério ou que querem fazer a mudança da ministra. Quem muda ministro é a presidenta da República e ela está plenamente confiante no trabalho da ministra”, disse Carvalho.
O ministro assegurou que não há disposição de Dilma de trocar a ministra e que o governo não tem uma posição fechada sobre a questão da Lei do Direito Autoral, projeto que Ana de Hollanda vem conduzindo no Ministério da Cultura e que levanta polêmica na classe artística. De acordo com Carvalho, o projeto de reforma da lei apenas "abre o debate".
"O que eu disse para a ministra Ana e para toda a equipe é que ela tenha toda a segurança para seguir em frente no seu trabalho e que o governo está aberto para a discussão de todos os projetos, sobretudo a Lei de Direito Autoral", disse o ministro.
"Começou-se a divulgar histórias de que a ministra estava para cair ou estava insegura. O que eu disse para a ministra é que, em nenhum momento, pensaram ou pensam em enfraquecê-la, em fritá-la ou removê-la. Ao contrário. Há uma confiança total da presidenta no trabalho, no projeto que a ministra Ana está desenvolvendo no ministério", disse Carvalho, que se reuniu com a ministra no início da tarde.
Ana de Hollanda tem recebido críticas por causa da suspensão de pagamentos de convênios, da reforma na Lei do Direito Autoral e pela retirada do selo Creative Commons da página do ministério na internet. O selo indica licença para uso livre de conteúdo. Além disso, Ana de Hollanda também foi criticada por ter recebido diárias em viagens sem compromisso oficial para o Rio de Janeiro, onde mora. A ministra admitiu o erro, que foi apontado pela Controladoria-Geral da União, e devolveu o dinheiro das diárias.
Para Carvalho, o episódio das diárias não passou de uma "falha administrativa", que não abala o comportamento ético da ministra. "Foi uma falha administrativa que de fato ocorreu, a ministra reconheceu, fez a devolução daquele recurso. Não vimos aí nenhum ferimento deliberado da questão ética. Se fosse, ela não faria de maneira clara, transparente como estava colocada em toda a agenda dela. Houve, de fato, uma falha que foi corrigida, falha da qual outros ministros poderiam estar submetidos. Esse episódio não enfraquece a ministra", disse Carvalho.
Edição: Vinicius Doria