Congresso Internacional de Governo Eletrônico: dados do governo precisam ter publicidade e acessibilidade

11/05/2011 - 15h56

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Não basta o governo ter transparência, é preciso estabelecer uma comunicação que torne os dados disponibilizados acessíveis e utilizáveis pelo cidadão comum. Com essa vertente, começou hoje (11) o 4º Congresso Internacional Software Livre e Governo Eletrônico (Consegi 2011).

De acordo com o secretário de Políticas de Informática do Ministério de Ciência e Tecnologia, Virgílio Almeida, “há uma grande quantidade de dados do governo que já estão disponibilizados”. No entanto, ele admitiu que “poucas pessoas sabem utilizá-los”.

Parte disso se deve, segundo a assessora do Ministério do Planejamento, Miriam Chaves, ao fato de esses dados “não serem compreendidos” pela maioria da população.

"[Esses tipos de dados] Têm que ser disponibilizados de maneira que possam ser, também, manipulados, não limitados à leitura”, acrescentou o diretor da Open Knowledge Foundation, Rufus Pollock. Ele explica que, dessa forma, o governo ganha não apenas no aspecto econômico (pela facilidade de acesso a soluções), mas também em credibilidade. “[Ter] Dados abertos não significa apenas acesso a eles pela internet. Significa o usuário poder fazer o que quiser com eles”, argumentou Pollock.

Marcos Mazoni, presidente do Serpro, estatal que presta serviços de tecnologia da informação ao governo, concordou com a necessidade de se desenvolver, de forma mais eficiente, a comunicação com os usuários.

“De fato, deixamos de lado a questão da comunicação. Mas, já neste ano, queremos aprofundar o trabalho com o apoio de pessoas dessa área”, disse. Mazoni disse que é objetivo do Serpro melhorar a forma como as informações estão dispostas, a fim de torná-las mais acessíveis. Ele reiterou a importância do Consegi nesse aspecto. "É um evento de trabalho técnico, mas, ao mesmo tempo, de visão sociológica de implementação dos nossos serviços”, afirmou.

“No 1º Consegi, tratamos de governo eletrônico sob o ponto de vista do código aberto. Aprofundamos isso para governo eletrônico e software livre, visando à implementação dessas soluções. Esse ano, trouxemos outro tema, o de dados abertos. Evoluímos muito nesse aspecto, mas precisamos remodelar nossos conceitos das soluções de governo eletrônico”, avaliou.

Edição: Lana Cristina