Da BBC Brasil
O ministro da Justiça do Egito, Abdel Aziz Al Gindi, prometeu ontem (8) usar “mão de ferro” para manter a segurança no país, após os confrontos entre muçulmanos e cristãos na noite de anteontem (7). O confronto deixou dez mortos e 186 pessoas feridas na capital, Cairo. “[As autoridades] vão atacar com mão de ferro todos os que buscam mexer com a segurança da nação”, disse ele.
O Exército egípcio informou que mais de 190 pessoas detidas por causa dos conflitos no bairro de Imbaba vão a julgamento, medida que chamou de “prevenção” contra novos atos de violência. Autoridades egípcias consideram a hipótese de cancelar a visita do primeiro-ministro do país, Essam Sharaf.
Os confrontos começaram depois que centenas de muçulmanos conservadores se reuniram em uma igreja, alegando que uma mulher cristã que se converteu ao islamismo estava sendo mantida contra a vontade dentro da igreja.
Segundo a agência oficial egípcia, a Mena, a mulher se casou com um muçulmano e queria se converter ao islamismo. A decisão dela de se converter motivou a discussão entre manifestantes, seguranças da igreja e moradores das proximidades e evoluiu para um confronto envolvendo armas, bombas e pedras.
Duas igrejas e algumas casas do bairro foram incendiadas e foram necessárias algumas horas para que os serviços de emergência e militares controlassem a situação. Em março 13 pessoas morreram em confrontos semelhantes em um bairro do Cairo.
Em abril, manifestantes na cidade de Qena, no Sul do Egito, cortaram os transportes para o Cairo durante uma semana em protesto contra a indicação de um governador cristão para a região. Dos cristãos egípcios, a grande maioria é coptas – cristãos ortodoxos que seguem as premissas do apóstolo São Marcos. Cerca de 90% da população são formados por muçulmanos.