Alex Rodrigues*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo do presidente da França, Nicolas Sarkozy, autorizou o BEA – órgão responsável por investigar as causas do acidente com o voo 447 da Air France – a resgatar os corpos das vítimas da tragédia que ocorreu em maio de 2009, no Oceano Atlântico. Os corpos e os destroços da aeronave estão a cerca de 1.100 quilômetros da costa brasileira. A retomada das operações ocorrerá na próxima sexta-feira (22).
O chefe do Centro de Investigação e Prevenção Aeronáticos (Cenipa), brigadeiro Carlos Alberto da Conceição, afirmou hoje (19) que a decisão de retomar os resgates dos corpos foi comunicada esta manhã à Aeronáutica. O brigadeiro disse que a confirmação foi dada ao coronel Luís Cláudio Lupoli – militar brasileiro que participa das operações de investigação com as autoridades francesas.
O brigadeiro ressaltou que aliada à esperança desse resgate é necessário lembrar que não há dados sobre o estado em que se encontram os corpos das vítimas. “Os corpos estão a cerca de 4 mil metros de profundidade e não sabemos ainda das condições técnicas para resgatá-los”, afirmou o militar.
O avião da Air France caiu no Oceano Atlântico em 31 de maio de 2009, deixando 228 vítimas, de 32 nacionalidades e vários brasileiros. A retomada das buscas deu novo estímulo às famílias das vítimas, pois há informações de que foi localizada a peça onde estava a caixa-preta do voo 447.
De acordo com Lupoli, os técnicos do BEA ainda não sabem dizer a quantidade nem a situação dos corpos localizados no interior da parte da fuselagem do avião localizada no último dia 3.
Embora tenha evitado falar em prioridades nas buscas, ele afirmou que o principal enfoque do BEA é identificar os motivos que causaram o acidente e que, portanto, caberá ao governo francês decidir sobre o resgate dos corpos e sobre a continuidade dos trabalhos de buscas caso as caixas-pretas sejam recolhidas antes.
O coronel viaja esta tarde para o Rio de Janeiro, de onde segue para Dakar, no Senegal. Segundo Lupoli, o navio Ile de Sein, pertencente a uma empresa privada contratada pelo BEA, partirá do porto africano no próximo dia 22. A embarcação levará ao menos três dias para chegar ao ponto onde grande parte dos destroços estão concentrados. Segundo o coronel, o navio tem condições de receber e transportar os corpos que eventualmente forem resgatados. Tanto os corpos quanto as peças do Airbus A330 que forem resgatados serão içadas do fundo do mar em uma grande caixa metálica que levará três horas para atingir a profundidade em que estão os destroços do avião e outras três para voltar a superfície.
*Colaborou Renata Giraldi // A matéria foi ampliada às 13h15 // Edição: Lílian Beraldo