Teresópolis corre risco de perder galpões onde são estocados alimentos para vítimas da chuva

12/04/2011 - 10h10

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A entrega de cestas básicas aos desabrigados das chuvas na cidade de Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, está prejudicada e pode ser suspensa a partir da próxima semana, se a prefeitura não oferecer condições para a confecção das cestas.

Três meses após a tragédia provocada pela chuva, o administrador de dois galpões onde estão mais de mil toneladas de alimentos, Nilson Neves, relata que trabalha em condições críticas, com falta de mão de obra e de infraestrutura para compor as cestas e entregar os alimentos.

"Não temos sacolas plásticas para embalar as cestas, faltam funcionários para separar os alimentos por data de validade e caminhões para fazer a distribuição", afirmou Neves. Segundo ele, devido à falta de pagamento nesses três meses, os caminhões interromperam o serviço.

"Tem 45 dias que pedimos as sacolas, uma coisa básica, simples. Em um município em estado de emergência não tem desculpa de demora na licitação", criticou. "Tem muito lugar sem água potável e a gente aqui tem para oferecer, mas depende de caminhão emprestado para distribuir."

Por conta dos problemas, a próxima remessa para a central de distribuição da prefeitura, que deveria ser de 4 mil cestas, não estará completa. A entrega está prevista para sexta-feira (15). "Temos material para pelo menos até o final do ano, mas não temos o que fazer. A prefeitura é só desorganização", afirmou o administrador.

O problema tende a se agravar a partir do próximo dia 19, quando vence o prazo do empréstimo dos galpões de armazenamento de alimentos. Os locais precisarão ser esvaziados.

Por meio da assessoria de imprensa, a prefeitura informou que providencia o aluguel de um galpão e que esta semana receberá sacolas para a embalagem das cestas básicas, além de itens de limpeza pessoal e higiene. O atraso nos contrato com os caminhões não foi comentado.

"Um pedido que a gente faz em março ainda não foi atendido, os caminhões não foram pagos (…). A prefeitura está negociando um galpão para quando?", questionou Neves.

Edição: Juliana Andrade