Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), entre 1.616 empresas, constatou que 69% delas enfrentam dificuldades com a falta de trabalhador qualificado. Ainda segundo o levantamento, 94% têm problemas para encontrar operadores para a produção e 70% afirmam que a carência de profissional qualificado prejudica o aumento da competitividade.
De acordo com a Sondagem Especial – Trabalhador Qualificado, elaborada pela CNI, 78% das empresas para as quais falta trabalhador qualificado têm programas de capacitação como uma das formas de lidar com o problema, Segundo a pesquisa, 52% dizem que a má qualidade da educação básica é a principal dificuldade para qualificar os funcionários. Conforme os dados, 99% das empresas consultadas acreditam na necessidade de investir na qualificação dos funcionários, mas 99% têm dificuldade para qualificá-los.
Entre as entrevistadas, 931 são pequenas empresas, 464, médias e 221, grandes. Daquelas que disseram ter dificuldades, 70% são pequenas, 70% médias e 63% grandes. Entre os setores mais críticos en relação à mão de obra qualificada estão o de vestuário (84%), outros equipamentos de transportes - que inclui todos que não são da cadeia produtivas de automóveis - (83%), limpeza e perfumaria (82%) e móveis (80%).
Para o gerente-executivo da CNI, Renato da Fonseca, a má qualidade da educação básica atrapalha na capacitação do trabalhador por parte da empresa em atividades específicas. “O principal efeito é a queda da produtividade, porque em todo o trabalho produtivo é necessário um trabalhador com bom raciocínio lógico, boa experiência para reduzir o custo e excessos na produção e isso está muito difícil com a baixa qualificação dos trabalhadores.”
Fonseca disse também que outro efeito da baixa qualificação é que as empresas não conseguem manter a qualidade dos produtos, o que afeta a competitividade em relação ao resto do mundo. “Neste cenário fica muito difícil o Brasil atingir níveis observados em outros países, porque as empresas não conseguem se colocar no mercado internacional e se desenvolverem. E para ter esse trabalhador qualificado é preciso resolver o problema da educação básica, que leva gerações para ser resolvido.”
Edição: João Carlos Rodrigues