Débora Zampier
Repórter da Agência Brasília
Brasília – O julgamento sobre a validade da Lei da Ficha Limpa, que começou sem qualquer manifestação do lado de fora do Supremo Tribunal Federal (STF), agora ocorre ao som de apitaço e buzinaço. Entretanto, o motivo do barulho não é defesa ou crítica à norma que está sendo analisada em plenário, mas, sim, a insatisfação do servidores do Judiciário que não tiveram reajuste concedido e que pedem pela mudança nas regras sobre a gratificação.
Cerca de 300 pessoas ligadas ao Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sindijus) estão atrás de cercas metálicas, vigiadas por policiais, a vários metros de distância do STF. Elas erguem faixas cobrando uma atuação mais incisiva do presidente da Corte, Cezar Peluso, no acordo a ser firmado com o Executivo para o reajuste de 31%. Os servidores querem a aprovação do Projeto de Lei 6613/2009, que trata sobre o pagamento de gratificação.
Os manifestantes pedem ainda que a presidenta Dilma Rousseff não congele seus salários e não tire direitos adquiridos dos servidores. Recentemente, o governo anunciou um corte extra de R$ 577 milhões no orçamento, sendo que mais da metade, R$ 373,2 milhões, afetarão o Poder Judiciário. É a primeira vez que o contingenciamento foi distribuído entre os demais Poderes.
Cerca de 10 pessoas do movimento Brasília Limpa, em silêncio, erguem faixas em defesa da Lei da Ficha Limpa. O grupo foi criado em dezembro de 2009, em meio às denúncias da Operação Caixa de Pandora, e conta com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF).
Edição: Lana Cristina