Dilma homenageia bonequeira do Vale do Jequitinhonha em abertura de exposição

23/03/2011 - 21h20

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Ao abrir a exposição Mulheres, Artistas e Brasileiras - Produção do Século 20, hoje (23) a presidenta Dilma Rousseff homenageou dona Isabel, uma artista do Vale do Jequinhonha.

Dona Isabel é autora das bonecas que estão expostas ao lado de quadros e esculturas de artistas brasileiras consagradas mundialmente. A inclusão das bonecas na exposição foi um pedido especial de Dilma Rousseff.

"Essa é uma afirmação das mulheres brasileiras que foram capazes de produzir artistas fantásticas, com talento para expor no Brasil e em todo mundo", disse a presidenta. A mostra foi um pedido pessoal da presidenta para comemorar o Mês da Mulher. Ela ficará aberta ao público de 24 de março a 5 de maio, entre as 10h e as 16h.

A bonequeira, de 86 anos, disse que aprendeu a fazer bonecas de barro quando criança, aproveitando o ofício de sua mãe que produzia panelas de barro. "Ela fazia panelas e eu comecei a fazer bonecas. Depois eu comecei a inventar outros objetos como flores de barro", contou ela que disse ter visto muitas pessoas reproduzirem sua arte e fazer das bonecas um sustento no norte de Minas Gerais.

A grande estrela da exposição é o quadro Abaporu, de Tarsila do Amaral, símbolo do Movimento Antropofágico, característica maior do Modernismo brasileiro. O quadro foi emprestado do Museu de Arte Latino-Americano de Buenos Aires (Malba).

Além de Abaporu, estão expostas de Tarsila as obras, os Garimpeiros (1938), O Porto (1953), Nu (1922), Retrato de Vera Vicente de Azevedo (1937) e dois autorretratos pintados em 1921 e 1923.

De Anita Malfatti o visitante terá a oportunidade de ver quadros como Valência (1927), Canal de Veneza (1927), Paisagem de Ouro Preto (1958).

A exposição também apresenta obras de Djanira, inclusive um painel pintado em 1963 que fica no gabinete da Presidência da República e a tela Costureira (1951).

Abaporu é a única peça na exposição pertencente a um colecionador particular. As demais são propriedade de órgãos públicos, como o Banco Central, Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e dos acervos do Museu de Arte Brasileira da FAAP, do Museu Nacional do Conjunto Cultural da República, do Museu de Arte de Brasília, do Museu Nacional de Belas Artes, do Museu Castro Maya e do Museu da República.

A exposição é dividida em oito blocos. O primeiro reúne 29 pinturas, com as principais representantes do modernismo brasileiro, Anita Malfatti e Tarsila do Amaral, além de Djanira. E obras das artistas Zélia Salgado, Tomie Ohtake, Leda Catunda, entre outras.

O segundo bloco é composto por desenhos de artistas como Noêmia Mourão e Mira Schendel. O passeio pela mostra conduz ao espaço que concentra 14 esculturas e objetos criados por Regina Silveira, Mary Vieira e Maria Martins. Impressiona a leveza da obra Folhas, de Geórgia Kyriakakis, uma instalação feita de cerâmica pintada.

Na seção de gravuras estão dispostas 18 peças de autoras como Renina Katz, Maria Bonomi, Anna Letycia e Fayga Ostrower, além de obras fotográficas de artistas como Rosângela Rennó. O espaço dedicado à tapeçaria reúne peças de Gilda Azevedo e Shirley Paes Leme. Já na seção de obras populares, estão expostas pinturas de Dalva de Oliveira, Cidinha Pereira e Zica Bergami.
 

O texto foi modificado para acréscimo de informações.

Edição: Rivadavia Severo