José Sócrates lamenta falta de apoio do Parlamento português ao seu plano econômico

23/03/2011 - 20h47

Da Agência Lusa

Brasília - O ex-primeiro-ministro português, José Sócrates, lamentou hoje (19), após entregar sua carta de demissão ao presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, que, nos últimos dias, tenha sido “o único” a apelar ao sentido de responsabilidade para que se evitasse uma crise política e que nenhuma força da oposição tivesse respondido a esse apelo.

“Ao longo destes dias fiz inúmeros apelos à responsabilidade e pedi a todos que pensassem no que iam fazer. Lamento que tenha sido o único a fazer esse apelo e lamento ainda mais que nenhuma outra força política tenha respondido a esse apelo”, declarou Sócrates em um comunicado ao país.

De acordo com a versão dos acontecimentos apresentada pelo primeiro-ministro, após ter apresentado a sua demissão ao Presidente da República, “até o último minuto”, da sua parte, houve “total disponibilidade para dialogar com todos e para negociar os ajustamentos necessários para um consenso que salvaguardasse o interesse nacional”.

Sócrates justificou esta atitude de alegada insistência no diálogo para evitar que Portugal fosse obrigado a recorrer à ajuda externa no plano financeiro.

“Há vários meses que tenho lutado por um propósito que considero absolutamente fundamental: proteger o país da necessidade de recorrer a um programa de ajuda externa para que Portugal não ficasse na situação da Grécia ou da Irlanda. Sempre alertei para as consequências profundamente negativas de um programa de ajuda externa, sei bem o que isso significa”, porque, “em primeiro lugar, tem consequências profundamente negativas para a imagem, para o prestígio e para a reputação nacional”.