Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A adoção de intervenção militar na Líbia e a imposição da exclusão aérea no país são temas da reunião extraordinária que ocorre hoje (11) em Godollo, na Hungria. Os ministros das Relações Exteriores dos 27 países que integram a União Europeia (UE) discutem essas alternativas e mais a possibilidade de ampliar as sanções econômicas ao governo do presidente líbio, Muammar Khadafi. Atualmente há um embargo à venda de armas aos líbios.
Ontem (10), o Parlamento Europeu aprovou resolução recomendando a imposição de uma zona de exclusão aérea na Líbia. Por essa decisão, o espaço aéreo líbio deverá ser monitorado e controlado por forças estrangeiras. No entanto, os europeus associaram a medida ao aval do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
No passado, o regime do Iraque ficou 12 anos sob a imposição de uma zona de exclusão do espaço aéreo e o Kosovo passou três anos em situação semelhante. A proposta é defendida pelos governos da França, da Inglaterra e da Alemanha. Os Estados Unidos informaram que seguirão o que as Nações Unidas definirem.
Os chanceleres discutirão a possibilidade de intensificar as sanções econômicas ao regime de Khadafi. Uma das alternativas é estender as restrições a operações bancárias. Por enquanto, o Conselho de Segurança das Nações Unidas e a União Europeia aprovaram o embargo à venda de armas aos líbios.
Ontem, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) informou que há disposição de usar mais embarcações para assegurar a fiscalização ao cumprimento do embargo para a venda de armas à Líbia. No entanto, a Otan disse que só vai tomar essa decisão se as Nações Unidas autorizarem a medida.
A reunião dos chanceleres será utilizada também para analisar o que representantes de Khadafi conversaram com líderes políticos de Portugal, de Malta e da Grécia. O primeiro-ministro da Espanha, José Luis Zapatero, negou-se a conversar, por telefone, com o presidente líbio, informando que o momento era inadequado.
Para o Brasil, quaisquer medidas adotadas em relação à Líbia devem ser determinadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o governo brasileiro apoia as manifestações ocorridas não só na Líbia, mas também em outros países do Norte da África e do Oriente Médio.
No Conselho de Segurança das Nações Unidas, a representante do Brasil, embaixadora Maria Luiza Viotti, votou favoravelmente ao embargo à venda de armas para os líbios. Na América Latina, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, defende que uma comissão externa negocie a paz na Líbia. Porém, a oposição a Khadafi não aceita a proposta de Chávez. Desde o último dia 15, há conflitos na Líbia.
Edição: Graça Adjuto