Comunidade japonesa no Brasil busca informações sobre parentes

11/03/2011 - 14h00

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Cerca de 500 famílias japonesas de uma das regiões mais afetadas pelo terremoto ocorrido na madrugada de hoje (11) estão mobilizadas, em São Paulo, em busca de informações sobre seus parentes. Essas famílias são sócias da Associação Miyagui Kenjinkai do Brasil, a única entidade brasileira que reúne imigrantes da província de Miyagui, no Japão.

Koichi Nakazawa é de Miyagui e também presidente da associação, que fica no bairro da Liberdade, reduto da comunidade oriental. Ele disse que pela manhã recebeu ligações de várias pessoas preocupadas com os estragos do sétimo terremoto mais intenso já registrado na história.

“Tem muita gente ligando, mas está difícil. Nem as embaixadas estão informando tudo”, disse ele. “Agora é noite no Japão. Talvez mais tarde, a gente consiga alguma coisa.”

Nakazawa tem oito irmãos que moram em Miyagui. Desde que teve notícia do terremoto, ele tenta contato com sua família por telefone, mas até agora não teve sucesso. “Tentei telefonar, mas não consegui. Um amigo informou que eles estão bem”, afirmou. “Lá, eles estão sem luz, telefone. Só a internet parece que está funcionando.”

Segundo ele, cerca de 2,5 milhões de pessoas vivem na província de Miyagui. Dessas, cerca de 1,2 mil são brasileiras que foram para o Japão em busca de trabalho.

Toda essa população vive, basicamente, da pesca e da criação de ostras. Por isso, moram na costa do Oceano Pacífico e foram muito afetadas pela onda gigante causada pelo terremoto. “O terremoto não é o pior. As construções do Japão são fortes. O pior é o tsunami.”

Nakazawa vive há 47 anos no Brasil. Mesmo assim, lembra-se de vários casos de terremotos que atingiram o Japão. Fala sobre um, ocorrido em 1961, que gerou um tsunami que arrastou um navio por 5 quilômetros para o interior do país.

Para ele, a onda gigante provocada pelo terremoto desta madrugada (horário de Brasília) foi ainda maior. “Esta vez foi muito grande”, afirmou.

Edição: Juliana Andrade