Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Só mesmo a majestade de Roberto Carlos para fazer um quase milagre na Marquês de Sapucaí. Homenageado com o enredo da Beija-Flor este ano, a presença do rei segurou o público nas arquibancadas até o fim dos desfiles no Sambódromo, que normalmente ficam com pouco público na passagem da última escola, no raiar do dia.
A escola de Nilópolis apostou no enredo A Simplicidade de um Rei e conseguiu levar muitas emoções ao Sambódromo, trazendo não apenas Roberto Carlos, mas também vários artistas e músicos famosos que fizeram parte de sua carreira, como Wanderléa, Erasmo Carlos e a apresentadora Hebe Camargo.
O público, que aguardou pacientemente, não se decepcionou e ainda foi presenteado com milhares de rosas vermelhas de plástico atiradas para as arquibancadas. Roberto Carlos veio no último carro, tendo ao fundo a figura de Jesus Cristo.
A noite de desfiles, que teve o rei da música brasileira como ponto alto, foi aberta pela União da Ilha, uma das escolas atingidas pelo incêndio da Cidade do Samba, que trouxe o enredo O Mistério da Vida, falando das viagens e pesquisas do naturalista Charles Darwin, autor de A Origem das Espécies, sobre a evolução dos seres vivos.
A segunda a entrar na Marquês de Sapucaí foi a Salgueiro, com um enredo de encher os olhos, sobre a relação do Rio de Janeiro com o cinema. Com carros alegóricos impressionantes, retratando cenas de filmes, a Vermelho-e-Branco da Tijuca conseguiu levantar o público na arquibancada. Um King Kong gigante chamou a atenção, juntamente com um carro dedicado ao Oscar, principal prêmio do cinema norte-americano). Mas foi justamente a dificuldade na montagem final dos carros que provocou um atraso de dez minutos da Salgueiro, que praticamente acabou com o sonho de ganhar o título deste ano.
A Mocidade Independente de Padre Miguel teve na agricultura o seu enredo e levou para o Sambódromo a história do cultivo das plantas desde o início na África, passando pelo Egito e pela Grécia, com o samba-enredo Parábola dos Divinos Semeadores. A escola seguinte a desfilar foi a Grande Rio, outra atingida pelo incêndio na Cidade do Samba, e, por isso, não está concorrendo ao título. Com um enredo falando de Florianópolis, a agremiação de Duque de Caxias teve entre os destaques o tenista catarinense Gustavo Kuerten.
A penúltima escola a desfilar foi a Porto da Pedra, que contou a história da escritora infantil Maria Clara Machado. Com o enredo O Sonho Sempre Vem pra Quem Sonhar, a escola de São Gonçalo, que jamais ganhou um título, pode este ano surpreender e participar do desfile das campeãs, no próximo sábado (12), o que já seria um prêmio pela boa apresentação na Sapucaí.
Edição: Aécio Amado