Da BBC Brasil
Brasília – Temendo a onda de protesto que se alastra pelos países muçulmanos, o governo da Arábia Saudita anunciou hoje (5) a proibição de quaisquer manifestações no país. O comunicado com a ordem foi exibido na TV estatal Al Ekhbariya. A determinação foi dada depois de ocorrerem pequenos protestos, liderados pela minoria muçulmana xiita do país.
O comunicado do Ministério do Interior informa que as forças de segurança usarão todas as medidas para impedir quaisquer tentativas de abalar a ordem pública. As manifestações reivindicavam a libertação de prisioneiros que aguardam julgamento.
A minoria muçulmana xiita Saudita vive predominantemente no Leste do país, onde estão as refinarias de petróleo. A região também fica próxima ao Bahrein, que, assim como a Arábia Saudita, é uma monarquia formada por uma dinastia muçulmana sunita.
Recentemente, o Bahrein foi palco de grandes manifestações de rua que chegaram a ser reprimidas com violência pelo governo. Os protestos foram convocados por representantes da maioria islâmica xiita do país.
A Arábia Saudita é uma monarquia absolutista que não conta com um Parlamento eleito. Na semana passada, o rei da Arábia Saudita, Abdullah, retornou à capital do país, Riad, após ter se submetido a um tratamento médico de três meses.
Ao regressar, o rei anunciou um pacote de benefícios para a população, equivalente a US$ 37 bilhões (cerca de R$ 61 bilhões), que muitos interpretaram como uma forma de aplacar os ânimos de potenciais manifestantes.