Daniel Mello*
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A polícia dispersou com cacetadas e bombas de gás lacrimogênio, no início da noite de hoje (17), um grupo de cerca de 400 pessoas que protestava em frente à prefeitura de São Paulo contra o aumento do valor da passagem do transporte público.
O confronto começou após os manifestantes tentarem romper o cerco feito por soldados da Polícia Militar e homens da Guarda Civil Metropolitana para proteger o prédio da administração municipal. No saguão do edifício estão acorrentados, desde o meio-dia, seis integrantes do Movimento Passe Livre.
Durante a confusão, o vereador José Américo (PT), que tentava conter a ação da polícia contra os manifestantes, a maioria estudantes, foi atingido por gás de pimenta. Um estudante foi detido. Mais cedo, os estudantes chegaram a ser recebidos por um representante da Secretaria de Transporte do município, mas não houve acordo.
O protesto de hoje faz parte de uma série de atos para tentar reverter o aumento do preço das passagens do transporte público de ônibus, que passou de R$ 2,70 para R$ 3 . Essa não foi a primeira vez que acaba em violência as manifestações contra o aumento do preço do transporte na capital paulista. No último dia 25 de janeiro, uma briga entre seguranças da prefeitura e estudantes do Movimento Passe Livre causou tumulto na cerimônia de reabertura da Biblioteca Municipal Mário de Andrade.
O preço da passagem de ônibus subiu no último dia 5 de janeiro de R$ 2,70 para R$ 3. O reajuste de 11,11% foi definido no fim do ano pela prefeitura. Com o aumento, São Paulo passou a ser uma das cidades com o transporte coletivo mais caro do país, segundo a organização não governamental (ONG) Rede Nossa São Paulo.
De acordo com a SPTrans, empresa municipal que administra o transporte coletivo de São Paulo, o reajuste compensa o aumento dos custos acumulado desde janeiro de 2010, data do último reajuste. O percentual, entretanto, é quase o dobro da inflação do ano passado na cidade que, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), foi de 6,4%.
*Colaborou Bruno Bocchini
Edição: Aécio Amado