Milhares de pessoas desafiam toque de recolher no Egito

29/01/2011 - 17h24

Da BBC Brasil e da Agência Lusa

Brasília - Milhares de manifestantes desafiam o toque de recolher imposto pelo governo e continuam nas ruas das principais cidades do Egito, informou a agência britânica de notícias BBC. Além do Cairo, o exército queria restringir a movimentação de pessoas nas cidades de Alexandria e Suez.

Já a agência portuguesa Lusa, citando a rede de TV árabe Al-Jazeera, divulgou que um número ainda indeterminado de peças do Museu Egípcio, no Cairo, foi danificado e, em alguns casos, destruído. O canal de televisão Al-Jazeera teria transmitido imagens que mostram danos como estátuas quebradas e duas múmias destruídas.

O ataque ao Museu Egípcio pode ser um ato de puro vandalismo, sem associação com o movimento de contestação popular dos últimos dias contra o presidente Hosni Mubarak. A TV Al-Jazeera teria informado ainda que vários civis e integrantes do exército tentaram, durante os confrontos de ontem (28) à noite, manter um cordão humano para proteger o Museu Egípcio, instituição que detém mais de dois milhões de objetos arqueológicos. O Museu Egípcio fica no centro do Cairo, na praça de Tahrir, onde ocorre a maioria das manifestações.

A tensão é grande também próximo à região da fronteira. Pelo menos doze pessoas morreram numa troca de tiros entre beduínos e forças de segurança egípcias na Península do Sinai, próximo ao Egito com a Faixa de Gaza, informou a Lusa.

Os confrontos ocorreram, segundo a agência, quando um grupo de beduínos armados atacou a guarda fronteiriça em Rafah e lançou bombas contra a grade divisória.

Foram incendiados edifícios do governo no entroncamento de Rafah e também na localidade de El Arish. O exército enviou forças para a área para reforçar a segurança. Foram ouvidos disparos na região.

Desde o começo da semana manifestantes egípcios pedem a renúncia do presidente Hosni Mubarak. Porém, ele que comanda o país por quase três décadas, resiste e não dá sinais de que pretenda renunciar.

Ontem Mubarak anunciou a demissão de integrantes do governo na tentativa de conter o caos que se instalou no país, mas a medida não deu os resultados esperados.