Vagas que sobraram no Sisu eram reservadas para políticas afirmativas

25/01/2011 - 7h40

Amanda Cieglinski*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Das 83.125 vagas oferecidas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) no primeiro semestre de 2010, 176 não foram preenchidas – 0,2% do total. Todas elas estavam reservadas para algum tipo de política afirmativa adotada pela instituição de ensino como cota para a população indígena ou candidatos com deficiência.

A Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) foi a que registrou a maior sobra de vagas: 79 ao total, todas reservadas para candidatos indígenas. A Universidade Federal do Pampa (Unipampa) também teve um número grande de vagas não preenchidas, 64. A maior parte era destinada a alunos que cursaram todo ensino médio em escola pública e tinham ascendência indígena ou candidatos com deficiência.

A UEMS esclarece que a sobra de vagas reservadas para indígenas é comum em todos os processos seletivos e que as 79 serão redistribuídas na lista de espera. Uma lei estadual determina que 10% das vagas devem ser reservadas para essa público, mas não há comunidades indígenas vivendo perto de todas as 15 unidades da universidade.

As 176 vagas não preenchidas ainda podem ser redistribuídas pela lista de espera, última rodada de seleção do Sisu que deve ocorrer entre os dias 13 e 17 de fevereiro. Esta etapa é feita depois de convocadas a segunda e a terceira lista dos aprovados. A partir daí, as instituições de ensino podem preencher as vagas remanescentes a seu critério por meio de uma lista que será gerada pelo sistema a partir da nota do Enem.

Entre os cursos em que há sobra de vagas há alguns bastante concorridos como engenharia elétrica e relações internacionais, na Unipampa.

Edição: Lílian Beraldo   //   *A matéria foi ampliada às 14h27