“A gente precisa ajudar”, diz moradora de Nova Friburgo

15/01/2011 - 23h57

Thais Leitão

Enviada especial

 

Nova Friburgo - Um ônibus do Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio) recebe até hoje (16) doações de sangue na cidade de Nova Friburgo, uma das mais devastadas pelo temporal que atingiu a região serrana do Rio de Janeiro. Todo o material será encaminhado à sede da instituição, no município do Rio de Janeiro, para ser processado e, em seguida, enviado às unidades que prestam atendimento aos feridos durante as inundações.

 

Instalada na praça central do município, ao lado do hospital de campanha montado pela Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil (Sedesc), a unidade móvel atrai muitos moradores que, embora não tenham sido atingidos diretamente pelas chuvas, querem prestar solidariedade. Somente durante a tarde da última sexta-feira (14), quando entrou em funcionamento, mais de 120 pessoas compareceram ao local para doar sangue.

 

A costureira Luiza de Fátima aguardava, na manhã de sábado (15), pacientemente, a vez de doar sangue. Ela contou que o bairro onde mora, o Cônego, sofreu poucos prejuízos, mas mostrou se impressionada com a devastação espalhada pela cidade.

 

“Onde moro não ficou assim, como aqui no centro e em outras partes da cidade. É impressionante. Só quem conheceu isso aqui antes desta chuva sabe o tamanho da devastação. Acabou tudo. A gente precisa ajudar”, disse Luiza.

 

De acordo com a secretária municipal de Saúde de Nova Friburgo, Jamile Calil Ribeiro, o Hemorio enviou cerca de 40 bolsas de sangue desde a última sexta-feira (14), coletadas em mobilizações na capital fluminense. Segundo ela, esse volume é suficiente para os atendimentos nas unidades instaladas na cidade, já que a maior parte dos pacientes apresenta problemas ortopédicos, como fraturas, e não necessita de transfusões.

 

Ela também destacou que o volume de medicamentos que tem chegado ao município garante o abastecimento da rede de saúde por tempo razoável. “Já recebemos seis caminhões de remédio. Não vai faltar”, disse ela.

 

Edição: João Carlos Rodrigues