Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os aeroviários (funcionários que trabalham em terra) do Rio de Janeiro se mantêm em greve no Aeroporto Internacional do Galeão e garantem que vão continuar promovendo piquetes no local até a meia-noite de hoje (23).
A informação foi dada à Agência Brasil pelo secretário-geral do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), Marcelo Schmidt. “O sindicato está em greve, cumprindo a lei dos 20%”, afirmou. Ele se referiu à decisão de ontem à noite (22) da Justiça do Trabalho, que determinou, em caso de greve, que os sindicatos mantivessem 80% dos aeroviários e aeronautas (que trabalham embarcados) em atividade.
Schmidt disse que as paralisações e os piquetes continuarão “até os patrões negociarem com a gente. Os aeronautas recuaram, mas os aeroviários não”.
A presidente do sindicato, Selma Balbino, afirmou não ter sido notificada da decisão do juiz da 4ª Vara Federal Itagiba Catta Preta Neto, que proibiu ontem qualquer movimento de greve nos aeroportos até o dia 10 de janeiro, sob pena de multa diária de R$ 3 milhões, em caso de descumprimento da determinação.
“Aqui não tem maluco”, expressou ela, esclarecendo que os aeroviários estavam cumprindo a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) “porque é mais coerente”. Ela assegurou, porém, que acatará a decisão da Justiça Federal, tão logo receba a notificação.
Nas negociações com as empresas aéreas, os trabalhadores receberam, primeiro, uma oferta de reajuste de 6,08%, que corresponde à correção da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Recusada, a proposta das empresas foi elevada duas vezes, para 6,5% e, agora, para 8%.
“A gente não aceita. Nós queremos os pisos [salariais] e dois dígitos [no percentual de reajuste]”, disse Marcelo Schmidt. A categoria reivindicou, no pleito original, aumento de 15%, mas já reduziu a demanda para 13%.
Amanhã (24), véspera de Natal, não haverá piquetes ou manifestações nos aeroportos brasileiros. A partir do dia 25, entretanto, a continuidade do movimento dependerá de decisão do comando de greve, informou Selma Balbino.
Edição: Vinicius Doria