Meirelles diz que governo está atento para evitar efeitos colaterais da valorização do real

18/10/2010 - 17h25

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, disse hoje (18) que o governo tem acompanhado com atenção o fluxo cambial e afirmou que, sempre que necessário, tomará medidas para evitar danos à economia brasileira. “O risco seria grande se não existisse uma ação prudencial a respeito”, disse Meirelles logo após participar de encontro da Associação Brasileira das Empresas de Leasing (Abel), em um hotel da zona sul de São Paulo.

“Compete às autoridades de cada país prevenir a formação de bolhas [de ativos]", ponderou Meirelles, referindo-se aos efeitos da política norte-americana de manutenção de juros em baixa, o que tem provocado maior ingresso de dólares com o movimento de investidores estrangeiros no mercado financeiro brasileiro.

Uma das ações citadas por ele é o enxugamento da liquidez, que tem levado ao acúmulo de reservas internacionais, que já atingem US$ 280,096 bilhões. Ele lembrou que o ganho obtido pelo Brasil no período da crise financeira de 2008 ultrapassou o custo de carregamento das reservas. No início do mês, o governo também reforçou a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) como forma de evitar a entrada excessiva de dólares.

O presidente do BC observou que essa não é uma preocupação exclusiva do Brasil. A desvalorização do dólar também preocupa outros países emergentes e até nações ricas como a Suíça e o Japão.

Meirelles reiterou a importância de um acordo multilateral para que haja maior garantia contra situações de crise que possam implicar em riscos sistêmicos, mas disse que “isso será discutido no devido tempo”.

Edição: Lana Cristina