Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os chanceleres de 12 países que integram a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) reúnem-se a partir das 14h (16h de Brasília) de hoje (1ª), em Quito, para analisar a crise que se instaurou ontem (30) no Equador gerando protestos e uma onda de violência no país. A ideia, de acordo com ministros que participaram de uma sessão prévia da reunião, é mostrar a unidade da América do Sul em favor do governo do presidente equatoriano, Rafael Correa.
As informações são da estatal Agência Pública de Notícias do Equador (Andes). A reunião é organizada pelo vice-ministro das Relações Exteriores do Equador, Kintto Lucas. Segundo ele, a reunião deve durar cerca de duas horas. A ideia, de acordo com Lucas, é demonstrar uma reação imediata do bloco sul-americano a eventuais tentativas de golpe de Estado.
"Em uma situação de tentativa de golpe como este, houve uma absoluta reação em termos de velocidade e capacidade de resposta que não existia em outros tempos", disse Lucas. O vice-chanceler lembrou que ontem (30), durante a reunião em Buenos Aires, o presidente da Bolívia, Evo Morales, comparou o que houve no Equador com o que aconteceu em Honduras – o ex-presidente Manuel Zelaya foi destituído do poder por meio de uma manobra organizada por vários setores.
Lucas disse que a delegação de chanceleres deixou Buenos Aires, na manhã de hoje, em um voo privado. Estavam nesta aeronave os ministros da Argentina, Hector Timerman; do Uruguai, Luis Almagro, e da Bolívia, David Choquehuanca. Também integra a delegação Folonier Rafael, que representa o secretário-geral da Unasul, Nestor Kirchner.
O Brasil será representado pelo secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Integrará o grupo o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza. Ontem (30) a OEA repudiou a tentativa de golpe de Estado no Equador e aprovou uma resolução de apoio a Correa por sugestão do Peru.
A resolução, apresentada pelo Peru, foi apoiada pelas delegações da Argentina, da Bolívia, do Brasil, do Chile, do Canadá, da Costa Rica, da Colômbia, de El Salvador, dos Estados Unidos, da Guatemala, do México, da Nicarágua, do Paraguai, da República Dominicana, do Uruguai e da Venezuela, além de todos os países do Caribe.
Ontem as principais cidades do Equador viveram momentos de tensão em decorrência de uma série de manifestações promovidas por policiais. Inconformados com um decreto presidencial, eliminando a concessão de benefícios para os funcionários públicos, os policiais foram às ruas e dominaram os quartéis na tentativa de revogar a decisão. Ao tentar negociar com os rebeldes, Correa foi ferido e isolado em um hospital, de onde saiu apenas 11 horas depois.
Edição: Lílian Beraldo