Chanceler indica que Ahmadinejad pode ter gesto positivo em relação a americanos presos no Irã

26/09/2010 - 16h59

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, sinalizou que o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pode, em breve, decidir pela libertação de dois norte-americanos acusados de espionagem, presos em Teerã. Para Amorim, o fato de Ahmadinejad ter se reunido, em Nova York, na última semana, com a norte-americana Sarah Shourd, de 31 anos, e a mãe dela, indica um gesto positivo. Shourd foi libertada no último dia 14, depois de mais de um ano presa no Irã.

“Quem sabe teremos mais notícias”, disse Amorim, em Nova York, onde participa da 65ª Assembleia Geral das Nações Unidas. “Isso [de Ahmadinejad ter recebido Shourd e a mãe dela] é um gesto [positivo]. Vamos esperar que haja outros”, afirmou o chanceler, que, na última semana, conversou com o presidente iraniano e também apelou em favor dos dois norte-americanos.

Em julho de 2009, as autoridades iranianas prenderam Shourd, o namorado dela, Shane Michael Bauer, e o amigo Joshua Fattal Felix, ambos com 27 anos. O grupo escalava montanhas na região fronteiriça entre o Irã e o Iraque. Para os iranianos, eles tentavam cruzar ilegalmente a região e foram denunciados por espionagem.

Os norte-americanos negaram as acusações. Apenas Shourd foi libertada depois do pagamento de US$ 500 mil, de acordo com exigências do Ministério Público do Irã, que cobrou fiança. Houve reações nos Estados Unidos e apelo das famílias. Bauer e Fattal ainda estão presos.

Para o governo Ahmadinejad, o grupo deve ser julgado por espionagem. Ainda não houve indicações de que os norte-americanos possam responder em liberdade as acusações. Segundo diplomatas estrangeiros, Shourd foi libertada porque está com problemas de saúde.

Edição: Lana Cristina