Para secretário, polícia e autoridades não seguem um padrão para tratar os torcedores de futebol

23/09/2010 - 16h23

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O secretário executivo do Ministério da Justiça, Rafael Thomas Favetti, defendeu hoje (23) a uniformização de conceitos e de procedimentos pelas forças de segurança que atuam em eventos esportivos no país. Há, segundo ele, "uma carência de procedimentos que causam perplexidade ao torcedor. As forças não se conversam para a adoção de um comportamento uniforme em relação ao público, gerando descontrole e criando mais problemas do que a própria segurança, que é o objeto do trabalho".

Favetti falou sobre o assunto durante o seminário organizado pelos ministérios da Justiça e do Esporte sobre o tema Novos Procedimentos de Segurança em Eventos de Futebol, que está ocorrendo em Brasília. Ele disse que já viu secretários de Segurança "que demonstram nunca terem ido a um estádio falar em acabar com isso ou aquilo sem conhecer a problemática do assunto".

O secretário, que considera o futebol um aspecto cultural do Brasil, mencionou um caso em que um agente de trânsito matou um chefe de torcida organizada. Favetti disse que o policial "provavelmente nunca foi a um estádio e, no episódio, não compreendeu que o cidadão estava exatamente requisitando mediação para controle da torcida".

O major Alexandre Aragon, secretário nacional de Segurança Pública substituto, falou sobre a presença das torcidas nos estádios. “Estamos nos preparando para responder a qualquer situação, embora entendamos que os conflitos ocorrem em quaisquer países". Já foi estabelecida, segundo ele, conversa com as torcidas organizadas por meio da intermediação dos ministérios do Esporte e do Turismo.

Edição: Vinicius Doria