Não sou cristão de véspera de eleição, afirma Serra

23/09/2010 - 22h51

 

Renata Giraldi, Marcos Chagas e Luciana Lima

Repórteres da Agência Brasil

 

Brasília – O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, afirmou hoje (23) que sua vida e as propostas que defende são baseadas na verdade, que sustenta os princípios cristãos. Segundo ele, se a verdade fosse a base dos valores da política brasileira, não haveria “tanta mentira e enganação”. Ele disse ainda que suas propostas sobre segurança, saúde e educação se guiam pelos valores cristãos.

 

“Compartilho dos princípios cristãos do ponto de vista pessoal e político. Não sou cristão de véspera de eleição nem de boca de urna para agradar e ganhar eleitores. O cristianismo é uma prática de vida pessoal e de conduta política”, disse Serra.

 

O candidato do PSDB participa do debate promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Universidade Católica de Brasília (UCB), em Taguatinga, no Distrito Federal (DF). Também participam do debate os candidatos à Presidência da República Dilma Rousseff, do PT, Marina Silva, do PV, e Plínio de Arruda, do P-SOL.

 

Segundo Serra, os valores cristãos e, sobretudo, a verdade devem nortear a política no país. “Como faria bem ao nosso país e a política, se ela [a política] tivesse embebida de verdade, aí não haveria tanta mentira nem enganação”, afirmou ele. “O nosso mote deve ser a verdade. O povo brasileiro quer isso.”

 

O candidato afirmou que as prioridades definidas por ele – os investimentos em saúde, educação e segurança – tiveram um retrocesso porque não foi respeitado o princípio da verdade. “Minhas prioridades são três, que de alguma maneira, tiveram um retrocesso. A segurança e a saúde, que tem a ver coma vida, e a educação, que tem a ver com a vida e o futuro. O Brasil pode avançar muito. Como pano de fundo precisa ter uma economia”, disse ele.

 

Serra afirmou ainda que os investimentos dos recursos do pré-sal devem aplicados em programas referentes à educação, ciência e educação, além dos aposentados. Ele ressaltou que uma experiência a ser seguida é a do Chile, que aplicou recursos nesses setores. Mas o candidato ressaltou que é necessário ter cuidado no uso dessa verba.

 

“Temos de ter critérios no mercado mundial para não dar um tiro no pé. Para não fazer uma produção que acaba reprimindo o preço do produto. Fazer treinamento de força de trabalho para isso”, disse ele. “Há motivos para preocupação. Temos de tomar cuidado. Na América Latina, nenhum país se saiu bem com [os recursos do ]petróleo, inclusive a Venezuela, que é um dos países em pior situação e tem [bastante] petróleo”, afirmou.

 

Edição: João Carlos Rodrigues