Na ONU, diplomatas protestam após Ahmadinejad sugerir “conspiração americana no 11 de setembro"

23/09/2010 - 20h34

 

 

Da Agência Brasil

 

Brasília - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, sugeriu hoje (23), em discurso na 65ª Sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, que os ataques de 11 de setembro de 2001 podem ter sido organizados pelo governo norte-americano. Diplomatas dos Estados Unidos e de outros países abandonaram o plenário durante o discurso. As informações são da BBC Brasil.

 

No pronunciamento, Ahmadinejad disse que uma das teorias sobre o atentado é de que "alguns setores dentro do governo americano orquestraram o ataque".

 

"A maioria do povo americano, assim como muitas nações e políticos em todo o mundo, concordam com essa visão", afirmou o líder iraniano.

 

Ahmadinejad disse que queria propor a criação de um "grupo independente" para analisar o episódio do 11 de setembro e "garantir que visões diferentes não sejam banidas da discussão no futuro".

 

O presidente disse ainda que sente muito pelos quase 3 mil mortos nos atentados, mas comparou o número de vítimas com os "centenas de milhares de mortos e milhões de feridos" nas guerras no Iraque e no Afeganistão.

 

Ele também convidou especialistas, pesquisadores e institutos de pesquisas para participar de um encontro que o Irã vai promover para analisar o terrorismo e as maneiras de enfrentar o problema.

 

Antes que os diplomatas se retirassem da sessão em protesto, era pequena a plateia que ouvia o discurso do líder líder iraniano tinha pouca plateia, já que muitas delegações participavam de uma reunião de cúpula no Conselho de Segurança, realizada no mesmo horário, para discutir o papel do órgão na manutenção da segurança e da paz mundial.

 

Ahmadinejad disse que seu país está pronto para voltar negociar seu programa e que os que tratam a questão com "intimidações e sanções" estão destruindo "o que resta de credibilidade” no Conselho de Segurança. "O Irã sempre esteve pronto para o diálogo baseado no respeito e na Justiça", afirmou.

 

Edição: João Carlos Rodrigues