Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Às vésperas de completar três meses sob severas sanções econômicas impostas por parte da comunidade internacional, o governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, avisou que não suspenderá o desenvolvimento do programa nuclear. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irã, Ramin Mehmanparast, disse que o país não cederá às pressões que visam “desencorajar” a busca “pelo desenvolvimento de direitos nucleares”.
As informações são da rede estatal de televisão do Irã, a PressTV. "As sanções e resoluções são uma abordagem [ilegal para a questão] enquanto nossa nação está sendo julgada por um crime que não cometeu", disse Mehmanparast. Segundo ele, o governo iraniano manterá a determinação de seguir adiante o que chama de “direitos fundamentais da nação e não vai renunciar [a eles] devido às pressões”.
Em 9 de junho, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma série de sanções ao Irã. Pelas restrições, há proibições para negociações comerciais, bancárias e militares. Apenas o Brasil e a Turquia votaram contra as medidas. O Líbano se absteve. Em seguida, a União Europeia, os Estados Unidos, o Canadá e mais recentemente o Japão definiram mais sanções aos iranianos.
Para parte da comunidade internacional, o programa nuclear iraniano é uma ameaça ao mundo. Sob liderança dos Estados Unidos, vários países acreditam que o programa esconde a produção de armas nucleares. Porém, Ahmadinejad e autoridades do Irã negam as acusações. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou repetidas vezes que é favorável ao direito de o Irã desenvolver um programa nuclear próprio desde que para fins pacíficos.
O comando-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) reclama que não há autorização para a fiscalização das usinas nucleares iranianas. Porém, o governo de Ahmadinejad nega as denúncias. Segundo as autoridades iranianas, foram feitas várias inspeções nas instalações nucleares do país e não foram localizadas provas de desvios das orientações das Nações Unidas para o setor.
Edição: Lílian Beraldo