Eudes Júnior*
Enviado Especial da TV Brasil
Florianópolis – A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, disse hoje (12) que não considera que o Brasil necessita de uma reforma trabalhista. Em discurso para empresários na sede da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), a candidata repudiou ideias que, segundo ela, podem “reduzir” direitos trabalhistas.
“Não tenho compromisso com a reforma trabalhista e não penso em reforma trabalhista como algo urgente para o país. Não me peçam para reduzir direitos de trabalhadores porque isso não vai acontecer”, defendeu.
Dilma Rousseff também ressaltou que uma possível reforma na Previdência só ocorrerá após análise com muita “cautela” e minimizou a questão do déficit previdenciário. “O déficit previdenciário não tem essa dimensão toda que se anuncia. É preciso lembrar que uma parte vai para política social, para pagar os aposentados da área rural, por exemplo. Esse gasto tem que ser pago com dinheiro do Tesouro”, afirmou.
Quanto ao financiamento de obras de infraestrutura, a candidata do PT defendeu uma maior participação de empresas nacionais e internacionais nos investimentos. Segundo Dilma, as obras que o Brasil precisa prioritariamente não podem depender apenas de financiamento público.
“Não podemos mais depender somente do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], que é o único que faz financiamento de 20 a 30 anos. Até porque, vocês sabem que não se faz uma rede de infraestrutura em cinco anos. Por isso, precisamos do capital privado, nacional e internacional”, disse.
A candidata petista afirmou ainda que seu desafio é transformar o Brasil, de país emergente no cenário internacional, para um país desenvolvido e destacou que o ele tem algumas “vantagens” em relação aos demais emergentes que precisam ser contadas como fatores competitivos.
Dilma Rousseff citou como uma “vantagem” o fato do Brasil ter metade da matriz energética formada por energia limpa. Outra vantagem, segundo ela, foi a descoberta de petróleo na camada pré-sal e a Floresta Amazônica.
“O pré-sal é uma reserva de valor. Nós temos uma outra reserva que é a Floresta Amazônica. Nós precisamos levar desenvolvimento a 20 milhões de pessoas que vivem lá [na Amazônia] que é uma reserva que temos que preservar”, disse.
A situação de credor do Fundo Monetário Internacional (FMI) e o fato do Brasil gozar atualmente de um regime democrático estável também foram fatores apontados por Dilma como vantagens em relação aos demais países emergentes.
“Acabamos com a indexação da nossa dívida interna. Hoje, o dólar pode estourar lá fora que não afeta nossa dívida. Quanto a dívida externa, hoje somos credores do FMI. Além disso, temos US$ 255 bilhões em reservas cambiais”.
*Colaboração da repórter Luciana Lima
Edição: Aécio Amado