Renata Giraldi
Repórter Agência Brasil
Brasília – O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, descartou hoje (2) pedir desculpas à Turquia pelo ataque à flotilha com ajuda humanitária aos palestinos na Faixa de Gaza, região sob bloqueio israelense. O ataque, que ocorreu no dia 31 de maio, provocou a morte de nove pessoas e ferimentos em 30, a maioria de turcos. O episódio gerou uma série de críticas da comunidade internacional.
Netanyahu disse que não há razão para se desculpar porque os militares israelenses apenas se defenderam para evitar que fossem atacados por uma multidão. As declarações foram dadas à rede estatal de televisão, Channel 1.
“Israel não pode pedir desculpas porque [o episódio ocorreu] havia uma ameaça de massacre dos soldados israelenses por uma multidão”, disse o primeiro-ministro. “Mas lamentamos a perda de vidas humanas.”Para os israelenses, o ataque foi uma resposta às ameaças dos grupos terroristas na região especialmente o Hamas.
A Organização das Nações Unidas (ONU) e os Estados Unidos exigiram de Israel a permissão para a condução de uma investigação independente sobre o caso. Mas o governo israelense se negou a autorizar as apurações.
Anteontem (30) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou a ação israelense. Para o presidente, o ataque à frota de ativistas pode ser comparado a outras ações terroristas que também são rechaçadas pelo governo brasileiro.
“O Brasil condenou a intervenção em Gaza da mesma forma que condena atos terroristas de qualquer espécie. Consideramos que bloqueios não contribuem para a paz”, disse Lula, no almoço oferecido ao presidente da Síria, Bashar Al-Assad, no Itamaraty.
A Faixa de Gaza está submetida a um severo embargo desde 2007 imposto por Israel. Recentemente o governo israelense reduziu as restrições autorizando a entrada de alguns tipos de alimentos, roupas e brinquedos.
Edição: Aécio Amado