Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Ministério da Justiça está desenvolvendo ações em parceria com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para garantir a lisura do processo eleitoral deste ano. A intenção é evitar que ações como a lavagem de dinheiro ou a intimidação a leitores corram durante as eleições.
De acordo com o secretário executivo do ministério, Rafael Favetti, o TSE pediu que a Polícia Federal antecipe operações neste sentido para o período eleitoral. Segundo o secretário, o ano eleitoral provoca tensões em vários municípios, pois há “rixas” entre famílias e candidatos que ameaçam a livre escolha dos candidatos pelos eleitores.
“Pela primeira vez está sendo feito esse trabalho preventivo de requisição de forças nacionais. O Ministério da Justiça acredita que bala e fuzil não combinam com eleições”.
O ministério também vai doar um laboratório de tecnologia contra a lavagem de dinheiro para investigar possíveis fraudes durante o período eleitoral. Dessa forma, será possível cruzar dados de financiadores e monitorar movimentações de dinheiro. Segundo Favetti, o convênio com o tribunal será firmado em breve.
“É uma forma de prestação de contas. Todos os anos, o TSE recebe imenso volume de informações de vários candidatos. O laboratório é um conjunto de softwares que lida com essas informações. Vai ser um grande avanço a serviço da democracia”.
No Brasil, há mais de dez laboratórios em funcionamento, espalhados em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, no Rio Grande do Sul, Distrito Federal e na Bahia.
Também são desenvolvidos projetos pilotos. A Polícia Federal firmou parceria com o tribunal para fazer o cadastramento biométrico de eleitores. Essa tecnologia permite identificar uma pessoa por suas características biológicas únicas, como a impressão digital, a íris, a retina e a voz.
O sistema já foi testado nas eleições municipais de 2008 em três municípios escolhidos pelo TSE: São João Batista (SC), Colorado do Oeste (RO) e Fátima do Sul (MS). Este ano, os eleitores de 51 municípios serão identificados pelas impressões digitais. “Estamos ampliando, pois ainda não dá para implantar no país inteiro, é muito caro”.
Edição: Rivadavia Severo