Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Por 27 anos, Angola viveu sob guerra civil. As duas décadas e meia de conflitos provocaram danos a mais de 4 milhões de pessoas. Organismos internacionais estimam que 1,8 milhão de adultos, jovens e crianças foram deslocados. Os efeitos dessa guerra ainda estão presentes no cotidiano dos angolanos e na fragilidade da economia. Nas áreas descampadas do país, um dos temores é em relação às minas – ainda resquícios dos tempos de guerra.
No dia a dia, os cerca de 12,5 milhões angolanos ainda sofrem com as consequências de longos anos de conflito armado. No comércio faltam produtos básicos, uma indústria sólida, oportunidades de emprego e capacitação de pessoal. As escolas e hospitais, em geral, apresentam dificuldades mínimas de funcionamento.
Em novembro do ano passado, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, foi a Angola com 98 empresários. Durante a visita, o embaixador do Brasil no país, Afonso Cardoso, apelou para que invistam na capacitação de pessoal. Segundo ele, o mercado angolano é atraente e aberto, mas o ideal é buscar aperfeiçoar a mão de obra e respeitar as idiossincrasias (característica comportamental ou estrutural peculiar a um indivíduo ou grupo) locais.
Cardoso disse que os angolanos “têm muito orgulho da nação” e que, ao contrário de outros países da África, em Angola não há disputas étnicas. Apenas 4% são mestiços e brancos, o restante da população é negra.
“Este é um país que tem um projeto de reconstrução nacional, que é ambicioso, e isso implica muitos investimentos em infraestrutura física e também social. O objetivo do governo de Angola é fazer desse país uma nação forte e uma potência na região”, disse o diplomata.
Edição: Graça Adjuto