Da Agência Brasil

Brasília - Há três dias, usuários do transporte público em Brasília sofrem com a greve dos rodoviários. De acordo com dados da Secretaria de Transportes do Distrito Federal (DF), 1 milhão de usuários fazem uso do serviço na cidade. O reflexo da greve é percebido principalmente no comércio, já que muita gente não consegue chegar ao trabalho.

Hoje (23), o governador do DF, Rogério Rosso, se reúne com representantes do Sindicato dos Rodoviários para intermediar as negociações com os empresários. A categoria pede aumento salarial de 20% e a renovação do contrato coletivo, que garante uma lista de cerca de 100 benefícios.

Para diminuir o impacto da falta de transporte coletivo na cidade, o metrô atua com a frota máxima, que hoje totaliza 19 trens. O setor atende a cerca de 160 mil usuários por dia. Com a greve dos rodoviários, passou a atender 30% a mais de passageiros.

O tempo média de espera, que era de sete minutos, caiu para quatro no tronco da linha (trecho que liga a Estação Central, localizada na Rodoviária do Plano Piloto, à cidade de Águas Claras), reduzindo o tempo médio de espera de 15 para 11 minutos nas estações secundárias.

O comércio local já sente os efeitos da greve. De acordo com dados do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal  (Sindivarejista), cerca de 30% dos funcionários do setor não estão conseguindo chegar ao trabalho. O presidente da entidade, Antônio  Augusto de Moraes, afirma que o impacto não ocorre apenas para os empresários, mas para o consumidor, que acaba se deslocando menos para as compras.

“Além da redução dos funcionários, temos o consumidor que deixa de ir às compras pela falta de transporte. Se a greve continuar até a próxima sexta-feira [25], estimo que o comércio deve calcular uma perda de 10% a 15% nas vendas”, ressalta.

Para chegar a um acordo, os empresários alegam que a passagem deve ser reajustada em 28%, o que levaria o bilhete do centro de Brasília para outras cidades do DF ao valor de R$ 3,84. O governo, no entanto, descarta a hipótese de reajuste.

Apesar do último aumento ter ocorrido em 2006, Brasília tem a passagem mais cara do país, seguida de Florianópolis (SC), Campo Grande (MS) e Belo Horizonte (MG).

Edição: Graça Adjuto