Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A expectativa do Banco Central (BC) para a inadimplência é de estabilidade e até de queda, afirmou hoje (23) o chefe do Departamento Econômico da instituição, Altamir Lopes.
Em maio, a inadimplência, que são os atrasos superiores a 90 dias, teve ligeira alta para as empresas. A elevação foi de 0,1 ponto percentual, para 3,7%. Para as famílias, a taxa permaneceu 6,8%.
Segundo Lopes, o que indica a estabilidade é que os atrasos inferiores a 90 dias estão estáveis ou em queda, dependendo da modalidade. “Isso prenuncia inadimplência estável para os próximos meses”, disse.
O motivo para essa redução nos atrasos é o aumento do emprego e da renda. “São os elementos fundamentais para manutenção de um quadro de inadimplência estável”, acrescentou Lopes.
Apesar da queda na inadimplência, as taxas de juros cobradas nos empréstimos estão mais altas. Isso ocorre em momento de elevação da taxa básica, a Selic, que serve de referência para os juros cobrados nos empréstimos. Quando as instituições esperam um aumento da Selic e depois que essa alta ocorre efetivamente, os juros cobrados nos empréstimos também costumam subir.
Segundo dados do BC, a taxa média de juros cobrada das pessoas físicas teve aumento de 0,4 ponto percentual em maio, para 41,5% ao ano, na comparação com o mês anterior. No caso das empresas, a alta foi de 0,7 ponto percentual, para 27% ao ano. Nos dados preliminares deste mês, referentes a sete dias úteis, as taxas estão estáveis, mas, segundo Lopes, isso não significa que ficarão inalteradas até o final de junho.
“No momento de elevação das taxas, geralmente se observa um quadro de aumento de prazos”, disse Lopes. Segundo o BC, o prazo médio para as empresas subiu 12 dias, para 363 dias corridos, de abril para maio. No caso das pessoas físicas, o aumento foi de 6 dias, para 515 dias.
Edição: Juliana Andrade