CNI diz que aumento da Selic resulta de análise equivocada sobre expansão da economia

09/06/2010 - 21h50

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Tão logo o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou o aumento da taxa básica de juros (Selic) para 10,25% ao ano, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nota na qual critica a posição do Banco Central e ressalta que vê com preocupação o retorno da taxa Selic ao patamar de dois dígitos.

De acordo com a CNI, a decisão é fruto de uma “avaliação equivocada” sobre a expansão da economia nacional. Ressalta que o “excepcional” crescimento de 9% no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre “não deve orientar as expectativas para o restante do ano”, porque os incentivos fiscais criados para amenizar o impacto da crise internacional sobre a economia foram extintos em março.

A CNI lembra que o aumento do investimento foi mais intenso do que o do consumo para o crescimento da economia no primeiro trimestre, e entende que a maturação desses investimentos aumentará a capacidade de produção da indústria, com redução de pressões inflacionárias no futuro.

Além disso, os técnicos da entidade acreditam que a evolução recente dos preços aponta para o arrefecimento da inflação, especialmente dos alimentos. Portanto, há espaço para que o ciclo de alta dos juros seja mais curto e de menor intensidade que o inicialmente previsto.

Para a CNI, o desafio da política econômica é conduzir o país a um ritmo de crescimento elevado, sem que a Selic prejudique os projetos de investimentos das empresas. Afinal, os investimentos são decisivos para a manutenção do crescimento com estabilidade econômica.
 

 

Edição: Rivadavia Severo