Ameaçado de sofrer sanções, Irã acusa potências de desonestidade e sinaliza reação de confronto

09/06/2010 - 12h50

Da Agência Brasil

Brasília - O embaixador do Irã na Organização das Nações Unidas (ONU), Mohammad Khazaei, acusou hoje (9) os Estados Unidos, a Inglaterra e a França de serem desonestos no que se refere à análise do programa nuclear iraniano. Segundo o diplomata, se as sanções forem aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU, a única alternativa que restará ao governo do Irã será o caminho da “confrontação”.

As informações são da BBC Brasil, que cita a agência oficial iraniana de notícias, a Irna. “[Os Estados Unidos, a Inglaterra e a França, que ocupam assentos permanentes no conselho, atuam com] falta de honestidade”, disse o embaixador ao se referir às pressões pela aprovação das sanções. “Isso é um grande erro."

Segundo ele, se houver a imposição de sanções, só restará uma possibilidade ao Irã: “Sem outra alternativa a não ser a confrontação [em relação aos países que apoiam as medidas punitivas contra o Irã]”, disse o embaixador. “Tais ações precipitadas desviam o caminho do diálogo de sua rota natural e indicam que o outro lado escolheu o caminho da confrontação."

Em seguida, o embaixador acrescentou: "Assim, Teerã não tem outra alternativa a não ser escolher uma forma apropriada de enfrentar o segundo caminho."

O Conselho de Segurança da ONU está reunido hoje para discutir e votar eventuais sanções contra o Irã. Os Estados Unidos lideram uma campanha internacional em favor das punições por rejeitarem a argumentação iraniana de que o país desenvolve um programa nuclear com fins pacíficos.

Para o embaixador do Irã, os Estados Unidos, a França e a Inglaterra adotam "dois pesos e duas medidas". Segundo ele, os três países aceitam o comportamento de Israel – que não assinou o Tratado de Não Proliferação Nuclear e é acusado de deter armas nucleares –, mas assumem uma "postura dura" contra o Irã, que alega não ter esse tipo de tecnologia.

Edição: Juliana Andrade