Servidores do estado de MT presos pela PF são afastados temporariamente

21/05/2010 - 20h34

Alex Rodrigues

Repórter da Agência Brasil

 

Brasília - O governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, afastou temporariamente dos cargos os cinco servidores da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) acusados pela Polícia Federal de integrar um grupo que fraudava autorizações de desmatamento e de retirada ilegal de madeira de áreas públicas e de proteção ambiental.

 

De acordo com a assessoria do governo, além de dois coordenadores de manejo florestal – um lotado em Sinop e outro em Alta Floresta -, também foram afastados três técnicos da Sema citados pela PF.

 

“Todos os servidores [da Sema] envolvidos já foram afastados temporariamente para que provem sua inocência, caso contrário deverão responder às acusações de acordo com o rigor da lei”, disse hoje à tarde o secretário estadual de Meio Ambiente, Alexander Torres Maia. Ele também afirmou não ter recebido da PF o relatório detalhado sobre a operação.

 

“Estamos aguardando o relatório para que possamos responder a todos os questionamentos da Polícia Federal e tomar as providências cabíveis. Precisamos fazer a averiguação dos fatos para mostrar a seriedade dos trabalhos realizados na secretaria por mais de 900 servidores”, disse Maia.

 

Até o final da tarde, 64 dos 91 mandados de prisão já haviam sido cumpridos. Além dos cinco servidores da Sema, foram detidos o ex-secretário estadual de Meio Ambiente Luiz Henrique Daldegan, o ex-adjunto da secretaria Afrânio Migliari (atual secretário adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Rural) e o chefe de gabinete do governador, Silvio Corrêa.

 

Também foram presos preventivamente donos de madeireiras, serralherias e de propriedades rurais, além do ex-conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso Ubiratan Spinelli, que deixou o tribunal em dezembro de 2007, e seu filho, Rodrigo Spinelli, que funcionário da área técnica do tribunal. Um dos presos foi detido em Vitória (ES) e outros dois no interior de São Paulo.

 

Na operação da PF, ainda foram detidos assessores do presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, José Riva, e sua mulher, Janete Riva.

 

A PF estima que o valor mínimo dos danos ambientais chegue a R$ 900 milhões, cálculo detalhado em quase uma centena de laudos periciais feitos pelo setor técnico-científico da PF em Mato Grosso e que permitiu à Justiça Federal decretar o sequestro e a indisponibilidade dos bens dos 91 acusados.

 

Os suspeitos poderão responder pelos crimes de formação de quadrilha; corrupção ativa e passiva; furto; grilagem de terras; falsidade ideológica; inserção de dados falsos em sistema de informática, além de diversos crimes previstos na Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98).

 

Edição: João Carlos Rodrigue